Daniel Ortega, junto ao Judiciário, promoveu a detenção de adversários
políticos, incluindo candidatos à Presidência.
O ditador da Nicarágua, Daniel
Ortega, afirmou nesta segunda-feira (9) que defenderá "firmemente a
aplicação da justiça" aos opositores — detidos por supostamente tentarem
desestabilizar o país —, cuja liberdade é discutida por governos e organizações
internacionais. O mandatário nicaraguense, inclusive, citou os ataques em
Brasília para justificar prisões de adversários políticos."Temos
que defender firmemente a Justiça e sua aplicação contra os criminosos",
disse Ortega, em alusão à oposição, durante a cerimônia de abertura do ano
legislativo de 2023. Aproximadamente 235 opositores estão presos na Nicarágua,
dos quais mais de 40 foram condenados a penas de até 13 anos de prisão por
conspiração, atentado à integridade nacional e outros atos ilegais em prejuízo
do Estado no ano passado.Entre os detidos estão alguns ex-candidatos à
Presidência da oposição, que tentaram concorrer contra a reeleição de Ortega em
2021. Além deles, alguns empresários, jornalistas, clérigos e dissidentes
sandinistas — que o governo rotula como "terroristas, golpistas e
criminosos" — foram presos. Ortega disse que houve mais de 1.000 detidos
pelo ataque ao Capitólio em 2021, nos Estados Unidos, assim como no Brasil,
durante a recente invasão do Palácio do Planalto por apoiadores de Jair
Bolsonaro, e que "não vão pedir a liberdade dos golpistas" nesses
países. A Nicarágua vive uma crise política em meio aos protestos que
explodiram em 2018 contra Ortega, no poder desde 2007. O presidente associou as
manifestações a um golpe de Estado fracassado promovido pela oposição, apoiada
por Washington."O Imperialismo está conspirando, investindo milhões para
provocar a tentativa de golpe de Estado", reiterou Ortega diante de
deputados, altos representantes do Estado, polícia e Exército. De acordo com o
líder, nem mesmo a "prisão perpétua pode compensar os danos causados à
Nicarágua pelos golpistas, os terroristas [opositores]". Em discurso, o
presidente afirmou que os acontecimentos na Bolívia e Peru e os recentemente
vividos pelo Brasil "têm a ver com a forma como o fascismo está sendo
reinstaurado no mundo", principalmente nos Estados Unidos e na Europa, e
que o governo local não pode baixar a guarda."Não devemos nem podemos
confiar em nós mesmos, porque os terroristas de lá estão sempre conspirando e
têm o financiamento do governo norte-americano e dos governos europeus",
afirmou Ortega.O ditador também convocou apoiadores para "trabalhar com
energia, firmeza, disciplina, mas dormir com um olho aberto e o outro fechado
porque os bichos estão soltos".( Fonte R 7 Noticias Internacional)
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