Rússia expressa apoio a Belarus após crise por avião desviado.
Regime de Putin se solidariza com Lukashenko ,que recebeu sanções e
punições da União Europeia nos últimos dias.
A Rússia expressou nesta
sexta-feira (28) apoio a Belarus e voltou a criticar as sanções europeias
contra seu aliado, acusado pelo Ocidente de desviar um avião comercial para
prender um opositor. Novos elementos parecem indicar, no entanto, que o
alerta de bomba, que as autoridades bielorrussas mencionaram como desculpa para
justificar o desvio no domingo do voo Atenas-Vilnius a Minsk, é uma encenação,
como afirma a União Europeia (UE). O presidente bielorrusso, Alexander
Lukashenko, conta com o apoio da Rússia e será recebido nesta sexta-feira pelo
colega russo Vladimir Putin. A reunião tem como tema oficial a integração
econômica. Para o ministério russo das Relações Exteriores, Belarus tem sido
transparente no caso. A porta-voz da diplomacia de Moscou, Maria Zakharova,
acusou os 27 países membros da UE de comportamento "irresponsável que
coloca em risco a segurança dos passageiros" ao pedir que as companhias
aéreas evitem o espaço aéreo bielorrusso. A decisão da UE provocou o
cancelamento de vários voos da Air France. A Austrian Airlines anunciou o
cancelamento do voo Viena-Moscou depois que as autoridades russas rejeitaram
uma mudança de rota para evitar o espaço aéreo de Belarus. Alguns países temem
que estas seriam medidas de represália russas, o que o Kremlin negou, alegando
motivos "técnicos". A autoridade aérea russa Rossaviatsia explicou o
atraso na confirmação dos planos de voo pelo "aumento de demandas das
companhias aéreas". O presidente bielorrusso rebateu durante a semana as
acusações dos países ocidentais, que consideram que o avião foi desviado para
possibilitar a detenção do dissidente Roman Protasevich. Lukashenko defendeu o
desvio do avião como uma ação legal "para proteger o povo" de uma
suposta ameaça de bomba no avião e alegou que não sabia que Protasevich estava
a bordo. Também disse que as críticas são uma tentativa de seus adversários de
enfraquecer seu mandato. Moscou afirma que não tem nenhum motivo para duvidar
das explicações de Minsk. Encenação As
suspeitas de encenação, no entanto, foram reforçadas por dois elementos. A
empresa Proton Technologies, com sede na Suíça, responsável pelo endereço da
conta eletrônica responsável pela ameaça de bomba, revelou que "a mensagem
foi enviada depois que o avião foi desviado".O site Dossier.center publica
uma foto apresentada como a do e-mail, cuja hora de envio é 9H57 GMT. Mas a
transcrição das conversas entre o voo FR4978 e os controladores aéreos
bielorrussos, publicada por Minsk, estabelece que o piloto foi informado da ameaça
às 9H30 GMT, e um minuto depois recebeu a recomendação de pousar na capital
bielorrussa. As autoridades de Belarus afirmam que o aeroporto de Minsk recebeu
uma mensagem eletrônica assinada pelo movimento islamita Hamas informando sobre
uma bomba a bordo. A Organização da Aviação Civil Internacional (OACI) decidiu
investigar o incidente de 23 de maio e destacou a importância de
"compreender se algum Estado membro da OACI violou o direito internacional
da aviação". Dura pena de prisão
Protasevich, que foi detido no aeroporto de Minsk com sua companheira Sofia
Sapega, foi visto pela última vez em um vídeo divulgado pelas autoridades
bielorrussas na segunda-feira, no qual supostamente admite ter ajudado a
organizar distúrbios, uma acusação que pode provocar uma pena de 15 anos de
prisão. A mãe do jornalista fez um apelo emocionado na quinta-feira em Varsóvia
"Quero que transmitam nosso pedido pelo mundo, aos representantes dos
governos, aos dirigentes da UE, aos dirigentes americanos: grito, suplico,
ajudem a libertar meu filho", declarou Natalia Protasévich. Nesta
sexta-feira, a Lituânia anunciou a expulsão de dois diplomatas bielorrussos por
"atividades incompatíveis com estatuto de um diplomata".( Fonte R 7
Noticias Internacional)