Presidente do Fed avalia que decisão não vai afetar o
mercado de trabalho e nem retardar a recuperação econômica em andamento.
O Fed, Banco Central dos Estados Unidos, disse nesta
quarta-feira (27) que provavelmente aumentará as taxas de juros do país em
março e reafirmou planos de encerrar suas compras de títulos naquele mês,
também no que o presidente da autoridade monetária, Jerome Powell, prometeu que
será uma luta determinada para domar a inflação. "O comitê tem a intenção
de aumentar a taxa dos federal funds na reunião de março, assumindo que as
condições sejam apropriadas para isso", disse Powell, indo mais longe do
que a mensagem do comunicado de política monetária do Fed, de que apenas as
taxas subiriam "em breve".Subsequentes aumentos nas taxas de juros e
uma eventual redução nas participações de ativos pelo Fed seguiriam conforme
necessário, disse Powell, enquanto as autoridades monitoram a rapidez com que a
inflação se afasta das máximas em várias décadas em que se encontra agora de
volta à meta de 2% do Fed. Muito ficou a ser decidido ainda, disse o
chefe do Fed, incluindo quão rapidamente as taxas subirão ou a velocidade em
que as autoridades deixarão o balanço de US$ 9 trilhões cair. Mas o líder do
Fed foi explícito em um ponto-chave: com a inflação alta e, por enquanto,
aparentemente piorando, o Fed neste ano planeja reprimir gradualmente o crédito
e encerrar o apoio extraordinário que forneceu à economia dos EUA durante a
pandemia. Desde a última reunião do Fed em dezembro, disse Powell, a inflação
"não melhorou. Provavelmente piorou um pouco... Na medida em que a
situação se deteriorar ainda mais, nossa política (monetária) terá que refletir
isso", disse Powell. "Este será um ano em que nos afastamos
gradualmente da política monetária altamente acomodatícia que implementamos
para lidar com os efeitos econômicos da pandemia." A extensão desse
afastamento pelo Fed de políticas adotadas durante a pandemia rumo a uma abordagem
mais combativa contra a inflação tomará mais forma nas próximas semanas. Dependerá
de como a própria inflação se comporta, e Powell disse que as autoridades ainda
esperam que grande parte da melhora venha à medida que os tremores secundários
da pandemia diminuam, talvez permitindo que eles façam menos trabalho por meio
de uma política monetária mais rígida. Uma miríade de riscos permanece, desde
uma pandemia que ainda está em andamento até um potencial conflito militar
Rússia-Ucrânia. Mas Powell disse que os formuladores de política monetária
neste momento sentem que têm "bastante espaço para aumentar as taxas de
juros" sem ameaçar o progresso nos empregos ou retardar uma recuperação
econômica que desejam manter em andamento. Em um refrão que se tornou comum,
ele observou que "a economia está bem diferente" hoje do que quando o
Fed começou a aumentar as taxas de juros pela última vez em 2015, com inflação
mais alta, desemprego mais baixo, o que Powell considera impulso suficiente
para a economia andar sem apoio do banco central. Naquela virada para uma
política monetária mais rígida, o Fed moveu-se inicialmente de forma glacial,
com 0,25 ponto percentual de alta do juro em 2015 e apenas outro em 2016. Investidores
estão esperando muito mais desta vez, com preços de contratos futuros de juros
embutindo quatro aumentos de taxa de juro neste ano. Os membros do Fomc também
concordaram na reunião desta semana sobre um conjunto de princípios para
"reduzir significativamente" o tamanho das enormes participações de
ativos pelo Fed. Autoridades disseram que vão encolher as participações
"principalmente" limitando quanto do principal dos títulos vencidos
será reinvestido a cada mês. Esse plano começaria após a alta das taxas de
juros, disse o Fed, sem ainda definir uma data, ritmo ou tamanho final
específicos. Com o tempo, o balanço do Fed não apenas seria reduzido, mas
também se afastaria dos títulos lastreados em hipotecas e passaria a ser
ponderado em relação aos títulos do Tesouro dos EUA, "minimizando assim o
efeito das participações do Federal Reserve na alocação de crédito entre
setores da economia", disse banco. Fornecimento O comunicado de política
monetária do Fed citou ganhos recentes "sólidos" de empregos que
continuaram mesmo quando o surto da variante Ômicron do coronavírus levou os
números diários de casos de Covid-19
a níveis recordes. Embora o Fed tenha parado de tentar
avaliar quando a inflação pode diminuir, o comunicado trouxe que as autoridades
continuam esperando que melhorias nas cadeias de suprimentos globais amenizem o
ritmo dos aumentos de preços. "Desequilíbrios de oferta e demanda
relacionados à pandemia e à reabertura da economia continuaram a contribuir
para níveis elevados de inflação", disse o Fed. Os preços ao consumidor
dos EUA subiram em dezembro 7% na comparação anual, maior patamar desde a
década de 1980. Os formuladores de política monetária não divulgaram novas
projeções econômicas e de taxas de juros nesta quarta-feira.( Fonte R 7
Noticias Internacional)