Pedido veio após o presidente francês Emmanuel Macron
ter longa conversa por telefone com os presidentes dos dois países.
A Rússia e a Ucrânia pediram neste domingo (20) que os esforços
diplomáticos para evitar a guerra sejam intensificados, mas trocaram acusações
sobre a responsabilidade pela escalada das hostilidades na linha de frente que
separa o território ucraniano de áreas controladas por rebeldes pró-Rússia. Moscou
e Kiev solicitaram mais diálogo depois que o presidente francês Emmanuel Macron teve
uma longa conversa telefônica com Vladimir Putin e em
seguida com o presidente ucraniano Volodmir Zelensky. Países ocidentais
liderados pelos Estados Unidos acusam a Rússia de mobilizar mais de 150.000
soldados na fronteira com a Ucrânia para lançar um ataque, e Washington reitera
frequentemente que a invasão pode ocorrer "a qualquer momento".A
Presidência francesa descreveu as negociações deste domingo como um dos
"últimos esforços possíveis e necessários para evitar um grande conflito
na Ucrânia". Essas conversas ocorrem em meio a crescentes hostilidades no
leste da Ucrânia, onde separatistas pró-Rússia que se revoltaram contra Kiev
estão travando um conflito que já matou mais de 14 mil pessoas desde 2014. O
secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, respondeu que o presidente Joe
Biden está disposto a "encontrar" Putin, "a qualquer momento, em
qualquer formato, se isso ajudar a evitar uma guerra". Durante a conversa
com Macron, que durou uma hora e 45 minutos, Putin culpou as
"provocações" do governo da Ucrânia pela escalada dos combates com
separatistas no leste daquele país, informou o Kremlin. Putin também pediu à
Otan e aos Estados Unidos que "levem a sério" as exigências de
segurança da Rússia, como a retirada de sua infraestrutura militar do Leste
Europeu e um veto à entrada da Ucrânia na aliança. Por fim, a Presidência russa
afirmou que ambos os líderes “concordaram que era conveniente intensificar a
busca de soluções por canais diplomáticos”. O
Palácio do Eliseu informou que os dois líderes se mostraram de acordo com
"a necessidade de dar prioridade a uma solução diplomática para a crise
atual e fazer todo o possível para alcançá-la". Cessar-fogo "imediato" Após a ligação com Macron, Zelensky
pediu um cessar-fogo "imediato" e convocou uma reunião urgente do
Grupo de Contato Trilateral, que inclui Ucrânia, Rússia e a Osce (Organização
para Segurança e Cooperação na Europa). A Osce determinou uma reunião de
emergência nesta segunda-feira (21). Esses contatos diplomáticos ocorrem depois
que os temores de que o conflito poderia escalar dominaram a primeira parte do
dia. Pouco antes da ligação entre Macron e Putin, Belarus anunciou neste
domingo que continuará os exercícios militares conjuntos com a Rússia em seu
território, perto da fronteira com a Ucrânia. A permanência das tropas russas
em território bielo-russo no momento em que estavam programadas para retornar
ao seu país alimentou temores nos países ocidentais de que a Rússia invadiria a
Ucrânia e foi criticada pela oposição em Minsk. Moscou havia anunciado que suas tropas se retirariam de Belarus neste
domingo, após uma série de exercícios militares.Artilharia no front Correspondentes da AFP ouviram explosões de
artilharia na linha de frente que separa as forças de Kiev das tropas
separatistas na noite de sábado (19).Em Zolote, cidade fronteiriça da região de
Lugansk, um jornalista da AFP encontrou moradores que procuravam abrigo em um
porão rudimentar.Em sintonia com o tom dos Estados Unidos e da Otan, o
primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, afirmou que a Rússia prepara o que
poderá constituir "a maior guerra na Europa desde 1945". Ele também
advertiu que a invasão não atacaria apenas a Ucrânia a partir do leste, mas
também do norte, de Belarus, para "cercar Kiev", disse em entrevista
à BBC.Enquanto isso, o presidente do Conselho Europeu, o belga Charles Michel,
afirmou neste domingo que os países ocidentais não podem "oferecer
indefinidamente um ramo de oliveira enquanto a Rússia realiza testes de mísseis
e continua a acumular tropas" na fronteira ucraniana.Os insurgentes
acusaram Kiev de querer atacá-los e anunciaram uma "mobilização
geral" de todos os homens em estado de combate. Eles também ordenaram a
evacuação de civis para regiões vizinhas da Rússia, um possível prelúdio para
um conflito. ( Fonte R 7 Noticias Internacional)