Novo sistema imposto por Pequim reduz as cadeiras
eleitas diretamente e controla quem pode se candidatar .
A participação foi baixa nas eleições deste domingo (19) para o
Legislativo de Hong Kong, reservadas "apenas para
patriotas", com um novo sistema imposto por Pequim que reduz as cadeiras
eleitas diretamente e controla quem pode concorrer.Estas foram as primeiras
eleições realizadas sob as novas regras, introduzidas pela China em resposta às
massivas e violentas manifestações pró-democracia de 2019 em Hong Kong. De
acordo com as regras, todos os candidatos foram examinados para verificar seu
patriotismo e lealdade política à China. Além disso, apenas 20 dos 90 assentos
do do Conselho Legislativo (o "LegCo") serão eleitos diretamente.A
maioria das cadeiras, 40, será escolhida por um comitê de 1.500 partidários de
Pequim. As 30 restantes serão eleitas por comitês pró-Pequim que representam
organizações empresariais e outros setores.As urnas foram fechadas às 22h30 do
horário local (11h30, no horário de Brasília), após estarem abertas por 14
horas. Às 21h30, apenas 29,3% dos eleitores foram votar. Em 2016, eram 52,6%.Pode
ser a menor taxa de participação desde que a ex-colônia britânica foi entregue
à China em 1997.Pela primeira vez, foram instaladas seções na fronteira com a
China para que os eleitores do continente pudessem votar. Daniel So, um homem
de 65 anos que trabalha no setor de tecnologia, foi um dos primeiros a fazer
fila em uma seção eleitoral no distrito de Mid-Levels."Os jovens não estão
muito interessados nesta eleição porque são enganados por políticos
estrangeiros e pela imprensa", disse ele à AFP. Mas quando a
governante da cidade, Carrie Lam, foi votar, três manifestantes da Liga dos
Social-democratas gritaram: "quero um sufrágio universal genuíno".O
governo pagou por anúncios nas primeiras páginas dos jornais e outdoors, enviou
panfletos para as residências e mensagens para celulares com mensagens sobre as
eleições. Lam afirmou que a baixa participação "não significa
nada". Para ela, "quando o governo está fazendo as coisas bem e sua
credibilidade é alta, a participação dos eleitores é mínima porque as pessoas
realmente não sentem a necessidade de eleger novos representantes", disse
à mídia estatal na semana passada."A eleição deste domingo recebeu apoio
aberto de Pequim, que vê o novo sistema como uma forma de eliminar os elementos
"anti-China" e restaurar a ordem com uma legislatura livre de
oponentes perturbadores.Os críticos respondem que a China autoritária
praticamente baniu os partidos de oposição em uma cidade que se orgulhava da
diversidade de seu cenário eleitoral.Dezenas de figuras da oposição, incluindo
algumas que conquistaram assentos legislativos em eleições anteriores, foram
presas, desqualificadas ou fugiram para o exterior.( Fonte R 7 Noticias
Internacional)