Trio é preso suspeito de falsificar alvarás para sacar dinheiro em juízo
Em dois anos, grupo sacou R$ 1 milhão de contas judiciais em Goiânia.
Dois dos investigados já foram presos este ano aplicando o mesmo golpe.
A Polícia Civil prendeu nesta sexta-feira (4) três homens suspeitos de falsificar documentos do Tribunal de Justiça de Goiás para conseguir sacar dinheiro que estava depositado em contas judiciais. A estimativa é que o prejuízo tenha chegado a R$ 1 milhão. Grupo usava dinheiro para viajar e ir a festas. Dois dos investigados, um bacharel em direito e um estudante do curso, já tinham sido presos no início do ano aplicando o mesmo golpe.
As prisões aconteceram durante a Operação Mendacium. Na ação também foram cumpridos três mandados de condução coercitiva e seis de busca e apreensão. O grupo agia há dois anos, de acordo com a polícia.
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Dois dos suspeitos se conheceram na época da faculdade. Um deles, o estudante de direito chegou a estagiar no Tribunal de Justiça, onde aprendeu a mexer no sistema de informática do órgão, tendo acesso aos processos. Já o bacharel tinha amplo acesso ao órgão por trabalhar com outros advogados.
Segundo o delegado, a dupla confessou a fraude. “Segundo os mesmos, eles ficavam em uma sala chafurdando no lixo, mexendo nos extratos de movimentação de outros advogados. A partir do momento que eles localizavam um extrato cujo processo está na fase de execução, pegavam os dados do processo, filmavam um estagiário usando o sistema para obter a senha, em seguida entravam no sistema, confeccionavam um alvará, usavam um carimbo e uma assinatura falsa de um juiz”, explicou o delegado responsável pelo caso, Rômulo Figueiredo de Matos.
Com esse alvará falsificado, conseguiam colocar membros da quadrilha como os sendo uma das partes que poderia sacar o dinheiro. Por fim, iam até o banco e conseguiam retirar o dinheiro, que era dividido entre os integrantes posteriormente. Com os valores, os membros da quadrilha compravam carros e, em seguida, os revendiam. Também usavam o dinheiro com viagens e festas.
O G1 entrou em contato com o Tribunal de Justiça do Estado de Goiás, mas não obteve resposta até a publicação dessa reportagem.
A polícia vai investigar agora se existem outras pessoas envolvidas na quadrilha. Também será apurado se as pessoas que compraram os veículos da quadrilha também tem algum envolvimento na fraude.
Os três envolvidos vão responder por estelionato, associação criminosa, falsificação de documento público e lavagem de dinheiro. As penas, somadas, podem chegar a 24 anos de prisão.(fonte G1)