Refugiados cruzaram a fronteira com o Paquistão antes de
embarcar em um avião militar rumo a Madrid.
Um avião com cerca de 80
refugiados afegãos, entre eles colaboradores que trabalharam para as
autoridades espanholas e seus familiares, retirados do país via Paquistão,
chegou à Espanha na noite desta segunda-feira (11), informaram o governo
espanhol e a emissora pública TVE.A aeronave militar aterrissou na base aérea
de Torrejón de Ardoz, em Madri, por volta das 21h00 locais (16h00 em Brasília),
segundo mostraram as imagens exibidas pela TVE. Os ministros de Defesa,
Relações Exteriores e Migrações compareceram ao aeroporto para receber o avião
procedente de Islamabad, no Paquistão, conforme informou o governo espanhol em
comunicado. Uma fonte do governo que pediu o anonimato tinha confirmado
mais cedo para a AFP a operação para levar à Espanha, via Paquistão, afegãos
que trabalharam para o país europeu, sem oferecer mais detalhes, alegando
"razões de segurança".Segundo vários meios de comunicação espanhóis,
incluindo o jornal El País e uma rádio pública, são cerca de 250 cidadãos
afegãos no total, que teriam cruzado a fronteira com o Paquistão, de onde serão
transportados para Madri em dois aviões militares. O primeiro trouxe cerca
de 80 pessoas, entre elas 14 colaboradores afegãos e seus familiares, segundo a
TVE, que mostrou imagens de homens, mulheres e crianças desembarcando da
aeronave com alguns pertences.O segundo avião com as pessoas que faltaram deve
chegar à capital espanhola nesta terça-feira (12). Esta operação vinha sendo
preparada há um bom tempo pelo governo espanhol. O ministro das Relações
Exteriores, José Manuel Albares, viajou ao Paquistão e ao Catar em setembro
para tratar do assunto.Assim como outros países ocidentais, a Espanha
implementou uma ponte aérea no final de agosto para remover centenas de pessoas
do Afeganistão, onde o Talibã assumiu o poder. Essas evacuações foram
interrompidas com a saída dos últimos soldados americanos que controlavam o
aeroporto de Cabul.No total, a Espanha conseguiu retirar 2.206 pessoas de
Cabul, a grande maioria afegãos, dos quais 1.671 eram colaboradores que
trabalharam para a Espanha, que deixaram o país com suas famílias.O presidente
do governo espanhol, Pedro Sánchez, disse no final de agosto que a Espanha não
abandonaria os afegãos que não conseguiram partir.O responsável pela diplomacia
da União Europeia, o espanhol Josep Borrell, pediu aos Estados-membros na
sexta-feira (8) que acolhessem pelo menos entre 10 e 20 mil refugiados afegãos
adicionais."Mas, para recebê-los, é preciso tirá-los de lá, e é isso que
também estamos fazendo, e não é tão fácil", disse Borrell em um fórum em
Madri.( Fonte R 7 Noticias Internacional)