Conservadora maltesa Roberta Metsola obteve maioria na
primeira rodada de votação e sucederá ao italiano David Sassoli.
A deputada conservadora maltesa Roberta Metsola foi eleita
presidente do Parlamento Europeu, nesta terça-feira (18), ao obter maioria na
primeira rodada de votação, e sucederá ao italiano David Sassoli.Metsola obteve
458 votos e sucederá ao italiano David Sassoli, falecido em 11 de janeiro.
Na disputa pela presidência, a conservadora venceu a sueca Alice Bah Kuhnke,
candidata do bloco verde, com 101 votos, e a espanhola Sira Rego, da esquerda,
com 57 votos. A candidatura de Metsola recebeu o apoio do maior bloco político
do Parlamento Europeu, o Partido Popular Europeu (PPE, à direita). Desta
forma, Metsola tornou-se a terceira mulher a presidir o Parlamento Europeu,
depois das francesas Simone Veil (1979 a 1982) e Nicole Fontaine (1999 a 2002). Em seu
primeiro discurso como presidente do Parlamento, Metsola prestou homenagem a
Veil e Fontaine, expressando sua esperança de que "não demore mais 20
anos" para que outra mulher alcance essa posição. Posição questionada A pessoa escolhida para presidir o Parlamento
"precisa ser uma pessoa que constrói consenso, que ouve, que pode unir
diferenças", disse Metsola, no discurso de apresentação de sua
candidatura. Deputada desde 2013 e vice-presidente do Parlamento desde 2020,
Metsola, que completa 43 anos nesta terça-feira (18), ganhou recentemente
visibilidade ao substituir temporariamente Sassoli, que esteve afastado da
Câmara por doença durante várias semanas. Mas ela também atraiu críticas de
alguns de seus colegas, em particular por suas convicções antiaborto, uma visão
amplamente difundida em Malta, o último país da União Europeia (UE) onde o
aborto permanece completamente ilegal. Consciente das reservas que
levantou sobre esta questão, Metsola havia antecipado que seu dever como chefe
do Parlamento "será representar a posição do Parlamento", inclusive
sobre direitos sexuais e reprodutivos.Acordos
e desacordos
Segundo a tradição, quase sempre houve uma alternância entre a esquerda e a
direita para as eleições intercalares para o Parlamento Europeu.Metsola foi
inicialmente beneficiada pelo acordo alcançado entre as três principais forças
políticas EPP, S&D (social-democratas) e Renew Europe (centristas e
liberais).Esses grupos concordaram em 2019 em apoiar a candidatura do
social-democrata Sassoli e que um candidato do PPE assumisse o cargo na segunda
metade da legislatura. Mas devido aos seus recentes sucessos eleitorais,
particularmente na Alemanha, os social-democratas revisaram sua posição sobre
esse entendimento.A líder do grupo dos social-democratas, a espanhola Iratxe
García, destacou que queria defender um candidato "de acordo com
prioridades e valores".Os três grupos finalmente chegaram a um novo acordo
na última segunda-feira, em torno de uma declaração política que menciona
várias prioridades, incluindo a luta contra a violência contra as mulheres e
pela igualdade de gênero.O documento também menciona a tributação europeia e o
local de implementação de uma diretiva de salário mínimo.O acordo ainda atribui
5 lugares de deputados parlamentares ao grupo dos social-democratas, bem como
alguns presidentes de comissões.( Fonte R 7 Noticias Brasil)