Segundo o Governo, a medida emergencial não exime a empresa Ouro Verde de responsabilidade na reparação dos danos causados.
Após o desabamento de uma pilha de lixo no lixão de Padre Bernardo, um decreto publicado nesta segunda-feira, 14, estabeleceu situação de emergência ambiental no município por 180 dias. Com o decreto, a Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad) fica autorizada a tomar qualquer medida emergencial para reduzir os efeitos do ocorrido. O desastre aconteceu em 18 de junho, no lixão da empresa Ouro Verde. A Semad pode, com o decreto: adquirir bens e contratar serviços mediante dispensa de licitação; contratar por tempo determinado pessoal para o atendimento de necessidade temporária de excepcional interesse público; realizar ações de resposta imediata independente de prévio licenciamento ambiental, inclusive suprimir vegetação; os servidores têm aval para adentrar em imóveis públicos ou privados para prestar socorro ou para determinar a evacuação das áreas atingidas, em caso de perigo iminente; pagamento de horas extras aos servidores públicos estaduais designados para atuação nas atividades relacionadas ao desastre. A secretária da Semad, Andréa Vulcanis, classificou o desastre no lixão de Padre Bernardo como o maior já enfrentado por ela à frente da pasta e, provavelmente, a maior tragédia ocorrida em Goiás desde o Césio-137, em 1987. Isso porque, o córrego Santa Bárbara e o Rio do Sal foram completamente contaminados pelos resíduos, afetando diretamente famílias da zona rural da cidade, que faziam uso da água para agricultura, criação de peixes e consumo. Além disso existem agravantes, como a existência de lixo hospitalar no local, a contaminação do solo, a transmissão de doenças por conta de moscas e outros animais que circulam a área do lixão, o risco de novos desmoronamentos a partir da chegada do período chuvoso e, ainda, chances de que a água contaminada atinja outras bacias hidrográficas. Com o decreto, todos os processos do lixão devem tramitar prioritariamente. Foi considerado um desastre por conta dos danos ambientais causados pelo “derramamento de produtos químicos em ambiente lacustre, fluvial, marinho e aquífero”, aponta o decreto. Segundo o Governo, a medida emergencial não exime a empresa Ouro Verde de responsabilidade na reparação dos danos causados. Assinatura do TAC Depois de 19 dias sem medidas efetivas para conter os impactos ambientais do desmoronamento, a empresa Ouro Verde assinou um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) comprometendo-se a atuar no controle e remediação dos danos causados, na última sexta-feira, 11. Os prazos para essas medidas foram estabelecidos pela secretaria. Segundo Andréa Vulcanis, a omissão da empresa forçou o governo a assumir, temporariamente, a coordenação das ações emergenciais. A operação precisa começar até o dia 21 de julho e se encerrar até 15 de agosto. A Ouro Verde deve retirar cerca de 42 mil metros cúbicos de lixo que caíram sobre o leito do córrego Santa Bárbara e provar que contratou os caminhões para realizar a remoção dos resíduos. A secretária reforçou que a questão não é meramente punitiva, mas exige respostas concretas. “O lixão é de responsabilidade da empresa. Cabe a ela arcar com todas as consequências ambientais, sanitárias e sociais da operação irregular que ocorre no local”, destacou. A secretária também enfatizou que o Estado e os órgãos do gabinete de crise estão abertos ao diálogo e à atuação conjunta para garantir que as medidas sejam implementadas de forma célere e eficaz. Vulcanis afirmou que “não se trata de uma questão de penalidade, mas sim de ação”, já que o lixão pertence à empresa e, portanto, cabe a ela arcar, com a agilidade devida, com todas as consequências ambientais, sanitárias e sociais causadas pela operação ilegal que acontecida no local. Segundo ela, a Semad e todos os órgãos que compõem o gabinete de crise se colocam à disposição para o diálogo e trabalho integrado.(Fonte Jornal Opção Noticias GO)