Pouco antes de completar sete anos de idade, eu e meu saudoso pai, Alcides José Pereira, sofremos um terrível acidente. Uma explosão causada por gasolina nos atingiu e tivemos queimaduras graves. No meu caso, em grande parte do corpo. Fomos levados para o Hospital Evangélico, numa noite fria de junho em estado gravíssimo. Naquela época, não havia UTI e nem os recursos da medicina moderna de hoje. Fiquei por mais de um mês internado, com o corpo enfaixado à espera de um milagre. E, ele veio. Aos poucos, me recuperei e tive a vida de volta. Meu pai obteve alta um pouco antes.
Cresci ouvindo de meus pais que, durante o
período de internação, recebi os cuidados especiais de uma enfermeira, chamada
Lídia. Ela tinha por mim, um carinho todo especial, com certeza, importante
para a minha recuperação. Nunca me esqueci disso. Um dia, já homem formado,
mas, com as cicatrizes ainda visíveis do terrível sinistro, Deus deu-me a
oportunidade singular de me encontrar com, a agora, empresária, política e
mulher exemplar que era Dona Lídia Quinan. Falei com ela, mesmo que
timidamente, sobre minha história, mas, de pronto ela disse não se lembrar,
pois por suas mãos passaram centenas de enfermos. Quando falei o nome do meu
pai ela se recordou. Me abraçou, conversamos um pouco e tive a chance de
agradecê-la, pessoalmente, pelos cuidados ao então menino agonizante no leito
de um hospital. Leia também: Editorial 960 – Para além da
indústria O tempo passou, tive outras oportunidades de conversar com
ela, como jornalista. Ela, sempre, gentil, carinhosa, cristã por excelência,
uma grande mulher. Depois, Dona Lídia mudou-se para Goiânia e, ainda tive como
entrevistá-la, já afastada da política. Nunca mais nos vimos. No domingo
passado recebi a notícia de sua morte. Confesso que fiquei muito triste. Mas,
agradeço a Deus por haver recebido os cuidados da jovem enfermeira Lídia
Quinan, uma notável dama, das mais queridas que conheci. Tenho certeza de que ela
foi morar com Deus.( Fonte Jornal Contexto Noticias GO)
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