Moradores reforçaram a
denúncia, afirmando que os vazamentos são frequentes.
Um morador do setor
Vale do Sol, em Aparecida de Goiânia, denunciou em vídeo nesta quinta-feira,
13, que os reservatórios de chorume do aterro sanitário particular da CTR
Metropolitana Serviços Ambientais estão vazando e contaminando as ruas
adjacentes, além de poluir as águas do Córrego Santo Antônio, que abastece a
cidade. “Isso
acontece todo ano, e este já é o terceiro consecutivo. O odor é insuportável”,
relatou o homem que gravou o vídeo denunciando o crime ambiental. Na manhã
desta sexta-feira, 14, a equipe do Jornal
Opção esteve no local para averiguar a situação. No
entanto, o chorume já não estava mais vazando, pois a empresa havia sido
notificada pela Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Desenvolvimento
Sustentável (Semad) e havia tomado medidas para conter o problema. Mesmo assim,
moradores reforçaram a denúncia, afirmando que os vazamentos são frequentes.
“Sempre que há uma denúncia, a empresa resolve temporariamente, mas logo o
problema volta a acontecer”, reclamaram. Moradores
relatam transtornos constantes A dona de casa Lidaiane Ferreira
dos Santos, que mora ao lado da área afetada, afirmou que há três anos enfrenta
a mesma situação. “O cheiro é insuportável e, quando chove, o chorume escorre
para o meu lote, praticamente dentro de casa. Já reclamamos, mas nada adianta.
Eles prometem resolver, mas todo ano é a mesma coisa. As autoridades precisam
nos ajudar”, desabafou. Antônio Carlos Gomes Leal, morador da região, destacou
que os vazamentos ocorrem frequentemente. “Se fosse uma vez por ano, já seria
ruim, mas acontece pelo menos duas vezes por mês. Essa água nojenta, cheia de
resíduos, danifica a estrada e vai direto para o córrego, prejudicando a água
que usamos. É um absurdo esse descaso”, lamentou. Lindomar Rodrigues Alves, que
possui uma chácara ao lado do aterro, relatou que o chorume tem prejudicado as
plantações e causado a morte de peixes no córrego. “Minha chácara está à venda
porque não aguento mais esses problemas. Antes da chegada dessa empresa, nós
pescávamos e comíamos os peixes do córrego, mas agora a água está contaminada e
os peixes estão morrendo”, afirmou. Prefeitura
de Aparecida de Goiânia Por meio de sua assessoria, a
Prefeitura esclareceu que, por se tratar de um aterro privado, a
responsabilidade pela fiscalização cabe à Semad. No entanto, a Secretaria
Municipal do Meio Ambiente (Semma) está auxiliando no monitoramento da
situação. Posicionamento da Semad
A Semad confirmou a ocorrência do vazamento e afirmou que já tomou as
providências necessárias. Veja a nota na íntegra: A Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento
Sustentável (Semad) foi informada sobre o lançamento irregular de chorume em um
afluente do Ribeirão Santo Antônio, em Aparecida de Goiânia, por volta das 18
horas da última quinta-feira (13). Uma equipe de fiscalização foi enviada
imediatamente ao Aterro Metropolitana, que é privado, e constatou o problema. Medidas
foram adotadas, e o vazamento foi cessado. A Semad continua acompanhando a
situação, inclusive com equipes in loco, para definir os procedimentos
administrativos necessários. Privatização
do aterro sanitário de Goiânia A CTR Metropolitana e a empresa
Resíduo Zero operam aterros sanitários na região metropolitana de Goiânia e,
segundo apuração do Jornal
Opção, planejam assumir a gestão de pelo menos 40% dos resíduos
do aterro sanitário de Goiânia por meio de um processo de privatização. Uma das
justificativas para a privatização seria a suposta incapacidade do município de
realizar a gestão adequada do lixo, incluindo o tratamento do chorume. No
entanto, a situação relatada pelos moradores do vale do Sol, evidencia que a CTR
Metropolitana enfrenta dificuldades para gerenciar seu próprio aterro. A
reportagem entrou em contato com a CTR Metropolitana, mas até o fechamento
desta matéria não obteve resposta. O espaço segue aberto para manifestação da empresa.
(Fonte Jornal Opção Noticias GO)