Corumbá de
Goiás tornou-se um refúgio para os amantes de queijo, graças à dedicação de
Stephan Gaehwiler, que levou a tradição suíça para o cerrado brasileiro.
A
Queijaria Alpina, fundada há 32 anos por Stephan Gaehwiler, é um testemunho da
rica herança suíça em produção de queijos. Nos vales alpinos da Suíça, essa
tradição data do século I, acumulando séculos de conhecimento e técnicas
aprimoradas. Stephan trouxe essa tradição para Corumbá de Goiás, a 130 km de Brasília e 113 km de Goiânia, onde
mistura o saber-fazer suíço com os recursos brasileiros, criando uma ponte
entre dois mundos gastronômicos. Chegada ao Brasil Stephan
chegou ao Brasil nos anos 1980, atraído pelo potencial agrícola e pela
possibilidade de realizar seu sonho. “Desde muito moço, sonhei em ter minha
própria terra, onde pudesse aplicar tudo o que aprendi na Suíça”, compartilha
ele. Enfrentou desafios climáticos e logísticos iniciais, mas sua paixão por
queijos e determinação prevaleceram. “O início não foi fácil”, ele lembra, “mas
a visão de unir duas culturas gastronômicas me motivou a seguir em frente”. Na
Suíça, é comum que o proprietário de terras rurais deixe sua herança apenas
para o filho mais apto a continuar o trabalho agrícola, como explica Gaehwiler.
“É uma tradição que visa preservar a eficiência e continuidade da agricultura
familiar”, comenta. Percebendo que essa prática limitava suas oportunidades,
Stephan decidiu buscar outros horizontes. “Sabia que, para me tornar
fazendeiro, teria que explorar novos caminhos,” relata ele. Oportunidade
Brasileira A
chance surgiu quando recebeu um convite de um compatriota suíço já estabelecido
no Brasil, com uma fazenda às margens do Rio Araguaia, em Goiás. “Foi um
convite que não pude recusar”, relembra Stephan. Começou a cuidar de cerca de
12 mil cabeças de gado, adaptando-se rapidamente aos costumes brasileiros. “Vim
para cá literalmente com uma mão na frente e outra atrás, mas cheio de vontade
de vencer”, recorda ele. Após explorar várias possibilidades, escolheu Corumbá
de Goiás. “A localização era perfeita, entre Brasília e Goiânia, e perto de
cidades históricas e turísticas como Pirenópolis e Corumbá”, explica Stephan. Criação da
Queijaria Alpina Neste raio geográfico, Stephan viu a chance de
criar um produto diferenciado para um mercado potencialmente vasto. “Queria
trazer a autenticidade dos queijos suíços para o Brasil, misturando técnicas
tradicionais com os maravilhosos recursos locais,” afirma Stephan. A Queijaria
Alpina não é apenas uma empresa; é um legado de séculos de tradição que ele
transportou para Corumbá de Goiás. A produção na Queijaria Alpina é artesanal,
mas rigorosamente controlada. Stephan segue os métodos tradicionais suíços,
adaptando-os ao clima do cerrado. “Fazer queijo é fácil, o difícil é garantir a
qualidade”, explica o produtor. As vacas leiteiras da raça pardo-suíço são o
pilar da qualidade do leite. O cuidado começa na alimentação dos animais, que
recebem pasto, ração balanceada e cana fresca. “O que as vacas comem interfere
diretamente no sabor e na qualidade do queijo”, afirma Clara Gaehwiler, filha de
Stephan e responsável técnica pela queijaria. Envolvimento
Familiar A família Gaehwiler está profundamente envolvida na
Queijaria Alpina, com Nikolaus gerenciando o gado e Clara cuidando da parte
técnica, assegurando qualidade e tradição. “Cada queijo produzido é parte de
nossa história”, afirma Nikolaus. A queijaria oferece o Queijo Alpino, maturado
por 60 dias, e o Queijo Stephan, maturado por um ano em homenagem ao fundador.
Stephan comenta que os queijos proporcionam “uma viagem à Suíça, sem sair do Brasil”.
Atualmente, a produção é distribuída principalmente em Goiás e Brasília.
Contudo, a crescente demanda está impulsionando planos de expansão para outros
estados do Centro-Oeste. “Estamos sempre buscando novas oportunidades para
crescer”, revela Clara, destacando o compromisso da família com o crescimento e
a inovação. Reconhecimento e Impacto A
Queijaria Alpina foi amplamente reconhecida no 3º Mundial do Queijo do Brasil, em São Paulo. O Queijo
Stephan conquistou a medalha Super Ouro, enquanto o Queijo Alpino recebeu Ouro,
destacando-se entre 1.800 produtos. Esses prêmios ressaltam o potencial dos
queijos artesanais brasileiros e elevam a reputação da queijaria no mercado
global, destacando sua excelência. Clara
Gaehwiler expressou alegria pelo reconhecimento, citando o esforço coletivo e
dedicação familiar. “Competimos com 1.800 queijos de 10 países, e nossos
produtos se destacaram”, afirmou Clara. As conquistas reafirmam a Queijaria
Alpina como um ícone do setor e fortalecem sua posição no mercado mundial de
queijos de qualidade, comprovando seu caminho de sucesso. Recentemente
a Queijaria Alpina participou do 36º World Cheese Awards, em Portugal,
destacando-se entre os melhores queijos do mundo. Stephan, o queijeiro
suíço-goiano, mostrou orgulhoso seu certificado de participação. “Esses
certificados reconhecem anos de dedicação e amor”, disse Stephan. O reconhecimento
internacional reafirma a excelência e paixão da Queijaria Alpina na produção de
queijos. Construindo História Stephan Gaehwiler
construiu mais do que uma queijaria; ele criou um legado de qualidade e
tradição no Brasil. A Queijaria Alpina representa a fusão entre a tradição
suíça e o potencial brasileiro, contribuindo significativamente para a cultura
gastronômica do país. “Queremos deixar um legado que inspire futuras gerações
de produtores artesanais”, afirma Stephan. A história desse estrangeiro – que
se considera hoje mais brasileiro – e sua família inspira futuros produtores e
enaltece a importância dos queijos artesanais. O futuro da Queijaria Alpina é
promissor, com o compromisso de continuar encantando consumidores e expandindo
seus horizontes, sempre mantendo viva a essência de sua origem suíça.(Fonte
Jornal Contexto Noticias GO)