Partido do parlamentar afirmou que foi um erro do
computador e exige que o voto do político seja retificado.
O governo da Espanha conseguiu
nesta quinta-feira (3) uma aprovação muito apertada da reforma trabalhista na
Câmara dos Deputados, graças ao voto a favor por engano de um dos parlamentares
opositores. Com o não de vários aliados habituais, o governo de coalizão
recebeu o apoio dos liberais do Ciudadanos e de alguns deputados de direita, o
que permitiu que o texto fosse aprovado por apenas um voto de diferença: 175 a favor e 174 contra. Segundo
o opositor Partido Popular (PP, conservadores), foi um de seus deputados que
deu o voto decisivo a favor, mas segundo a informação foi devido a um
"erro do computador", já que o político pretendia se posicionar
contra a reforma. O partido exigiu "que este voto seja retificado",
segundo sua porta-voz, Cuca Gamarra. Em vigor desde 1º de janeiro, após
acordo entre governo, empregadores e sindicatos alcançado em dezembro, a
reforma precisava receber luz verde da Câmara sob pena de se tornar letra
morta. Os socialistas, que governam em coalizão com a esquerda
radical do Podemos, não conseguiram obter o sim de vários apoiadores tradicionais,
como o Partido Nacionalista Basco (PNV) e os separatistas catalães do ERC. Isso
obrigou o presidente do Governo, Pedro Sánchez,
a se unir ao Ciudadanos (centro-direita) e a pequenas formações regionais como
o PDeCAT (independentistas catalães), que geralmente permanecem na
oposição. Reforma equilibrada A reforma trabalhista
foi exigida pela Comissão Europeia, que condicionou sua aprovação à entrega de
parte dos recursos do grande plano de recuperação pós-Covid. A Espanha será um
dos principais beneficiários, com 140 bilhões de euros (R$ 846 bilhões).Essa
urgência, juntamente com as expectativas dos agentes sociais, fez com que vários
pesos pesados do governo interviessem nesta quinta-feira para alertar para as
consequências de uma rejeição da reforma. Sánchez prometeu reverter a
reforma de 2012, impulsionada na época pela necessidade de relançar a economia
espanhola, arruinada pela crise financeira de 2008. A reforma conseguiu
uma queda acentuada na taxa de desemprego, de quase 27%, em 2013, para 13,3%,
hoje, mas à custa de grande insegurança no trabalho: a Espanha detém o recorde
europeu de contratos temporários. Negociado há meses com sindicatos e
empregadores, que defendiam uma reforma "equilibrada", o texto
aprovado nesta quinta-feira limita a sequência de contratos temporários e torna
a contratação por tempo indeterminado a regra, e não a exceção, limitando os
subcontratos. Também proíbe a demissão de funcionários públicos por
motivos econômicos, reforça a capacitação dos funcionários e permite que as
empresas suspendam temporariamente a regulamentação vigente em tempos de crise,
para evitar demissões.( Fonte R 7 Noticias Internacional)