Estudo revela que 48% dos estudantes sofreram agressão no ambiente de
ensino, o que representa quase 1,1 milhão de pessoas.
Quase metade dos alunos que
estudam na rede estadual de São Paulo afirma ter sofrido algum tipo de
violência na escola, de acordo com um estudo divulgado nesta quarta-feira (29)
pela Apeoesp (Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São
Paulo) e pelo Instituto Locomotiva. O levantamento, feito entre 30 janeiro e 21
de fevereiro deste ano, revela que 48% dos estudantes já sofreram algum tipo de
agressão nas dependências da escola. Isso representa cerca de 1,1 milhão de
crianças e adolescentes, segundo a projeção do estudo. Esse número era de 37%
em 2019, ano anterior ao início da pandemia de Covid-19. Para o levantamento, o
sindicato e o instituto ouviram 1.250 estudantes, 1.250 familiares e 1.100
professores. O objetivo, segundo o fundador do Instituto Locomotiva, Renato
Meirelles, é "desenvolver políticas públicas de combate à violência nas
escolas". O caso da última segunda-feira (27) reflete os dados do
estudo. Na ocasião, um aluno de 13 anos esfaqueou
estudantes e professores em uma escola na zona
oeste de São Paulo. O atentando deixou uma
docente morta. "Quando temos alunos estimulados
a resolver divergências com violência ao invés do diálogo, isso deixa a
população mais sucetível a ataques como o que ocorreu na última segunda. Isso
tem relação direta com a cultura de ódio empregada na nossa sociedade",
explicou Meirelles. Violência contra professores A
pesquisa revelou também que 19% dos professores sofreram violência nas escolas
estaduais. Em números absolutos, são cerca de 40 mil docentes, de acordo
com as estimativas do levantamento divulgado hoje. Uma das funcionárias, que
foi vítima do ataque a facadas no início da semana, contou que "não consegue mais se ver em sala de
aula". O bullying — com frequência, identificado nas
unidades de ensino — pode ser um gatilho para motivar esse tipo de ataque,
conforme apontam especialistas. Para Raquel Gallinati, delegada e diretora
da Associação dos Delegados de Polícia do Brasil, os adolescentes que praticam
tais atos "foram agredidos ou têm a intenção de agredir por algum motivo
inexplicado", e, por isso, a "história se repete". "Os pais
enviam os filhos para a escola acreditando que eles estão em um lugar seguro,
mas não é isso que estamos vendo. De tempos em tempos, massacres em escolas são
noticiados, mas nada de forma efetiva tem sido feito ou solucionado",
afirmou a delegada. Tipos de violência O
levantamento apontou as agressões mais frequentes no ambiente escolar, seja
contra estudantes, seja contra professores. O primeiro lugar do ranking
pertence ao bullying, citado por 33% dos entrevistados como uma forma de
violência sofrida. Na sequência, 24% indicaram as agressões verbais. A terceira
colocação ficou com a discriminação (14% sofreram esse tipo de agressão),
seguida por agressão física (12%), furto (7%), assédio moral (5%), violência
sexual (2%) e assalto (2%). Vale lembrar que um mesmo estudante pode ter
sofrido mais de um tipo de violência. Outros 52% disseram que não sofreram
nenhum tipo de violência, e 1% não soube dizer ou não respondeu.( Fonte R 7
Noticias Brasil)