Sistema de monitoramento continua ampliando a cobertura no estado de Goiás, com foco na prevenção de tragédias climáticas.
O tempo em Goiás tem sido amplamente
influenciado pela nebulosidade presente no estado, em grande parte associada à
zona de convergência do Atlântico Sul (ZCAS), que se desloca para o norte do
território goiano. Este fenômeno meteorológico causa chuvas intensas, com o
potencial de gerar transtornos e riscos, especialmente nas regiões mais
vulneráveis. Nesse contexto, o Centro de Informações Hidrológicas,
Meteorológicas e Geológicas de Goiás (Cimehgo) trabalha ativamente para
aprimorar o monitoramento e a resposta a esses eventos extremos. Entre setembro
e agosto de 2024, iniciou-se a instalação de pluviômetros – que são, em resumo,
instrumentos utilizados para coletar e medir as chuvas. A quantidade de água
captada é mostrada em milímetros (mm). Uma chuva de 1 mm por minuto, é
equivalente a 1 litro de água por minuto em uma área de 1 metro quadrado (m2). Foram
instalados 100 aparelhos em diversas localidades do estado, com a conclusão do
processo em dezembro. Essa iniciativa visa proporcionar um monitoramento
climático mais eficaz e precisa. Em Goiânia, por exemplo, foram alocados 10
pluviômetros. O equipamento fornece dados sobre a precipitação a cada 10
minutos, o que possibilita uma resposta rápida e eficiente a eventos
climáticos, com foco na segurança da população. A cidade de Anápolis, por
exemplo, já conta com dois pluviômetros instalados, um no Distrito
Agroindustrial de Anápolis (DAIA) e outro na área central, próximo ao Corpo de
Bombeiros. No norte de Goiás, mais de 30 aparelhos foram distribuídos para
aumentar a cobertura de monitoramento, com especial atenção às áreas mais
vulneráveis. Esses pluviômetros foram estrategicamente distribuídos em 88
municípios, com destaque para as regiões norte e nordeste de Goiás, que
enfrentam dificuldades históricas em termos de informações meteorológicas
detalhadas. A instalação desses pluviômetros em pontos-chave do estado visa
oferecer uma cobertura mais eficaz, especialmente nas áreas mais propensas a
chuvas intensas. Entre as cidades e pontos de Goiânia contemplados com esses
equipamentos estão: Americano do Brasil, Anápolis (tanto no DAIA
quanto no Centro, próximo ao Corpo de Bombeiros), Anicuns, Aparecida de
Goiânia, Bela Vista de Goiás, Britânia, Caçu, Caldas Novas, Campos Belos, Carmo
do Rio Verde, Cristalina, Formoso, Goiânia – Jardins Madri – Garavelo, Goiânia
– 2º Batalhão (Campinas), Goiânia – 8º Batalhão (Parque Amazonas), Goiânia –
DETRAN (Cidade Jardim), Goiânia – Maternidade Nascer Cidadão (Jardim Curitiba
3), Goiânia – Comando do CBMGO (Jardim América), Goiânia – Câmara Municipal
(Centro), Goiânia – Maternidade Celia Campos (Vera Cruz), Goiânia – Paróquia
São José (Setor Sul), Goiânia – Escola Municipal Maria Cândida (Vila Pedroso),
Cidade de Goiás, Goianira, Jaraguá, Heitoraí, Campinorte, Inhumas, Itaguaru,
Itauçu, Jussara, Lagoa Santa, Montividiu, Mozarlândia, Mundo Novo, Padre Bernardo,
Iporá, Pirenópolis, Santa Helena, Santo Antônio do Descoberto, São Domingos,
Acreúna, São Luís de Montes Belos, São Miguel do Araguaia, São Simão, Senador
Canedo, Serranópolis, Sítio da Abadia, Valparaíso, Abadiânia, Alto Horizonte,
Alto Paraíso de Goiás, Barro Alto, Bonfinópolis, Campinaçu, Cavalcante, Ceres,
Chapadão do Céu, Cocalzinho de Goiás, Colinas do Sul, Corumbá de Goiás, Crixás,
Estrela do Norte, Formosa, Goianápolis, Goianésia, Goiatuba, Iaciara, Ipameri,
Itaberaí, Itaguari, Itapuranga, Minaçu, Mutunópolis, Nerópolis, Nova Crixás,
Nova Roma, Nova Veneza, Orizona, Petrolina de Goiás, Pilar de Goiás,
Piracanjuba, Planaltina, Pontalina, Porangatu, Quirinópolis, Rialma, Rubiataba,
Santa Terezinha de Goiás, São João da Aliança, São Luiz do Norte, Silvânia,
Simolândia, Teresina de Goiás, Três Ranchos, Trindade, Vianópolis,
Vicentinópolis e Vila Propício. Esta rede de monitoramento abrangente permite
melhorar a previsão e a resposta a eventos climáticos severos, além de
proporcionar uma gestão mais eficiente dos recursos hídricos e garantir a
segurança da população nas diversas localidades goianas. A grande
vantagem desse sistema de monitoramento é sua capacidade de fornecer
informações em tempo real, essenciais para a prevenção de desastres naturais.
Quando a precipitação atinge 10 milímetros em apenas 10 minutos, o sistema
automaticamente aciona um alerta. De 10 milímetros em 10 minutos, ele manda a
informação. Acima disso, e tendo uma recorrência dessa informação, passa a ser
um dado preocupante. O alerta precoce permite que a Defesa Civil e outros
órgãos de emergência sejam acionados rapidamente, diminuindo o risco de danos à
população e à infraestrutura local. A implementação desse sistema de alerta é
uma parte crucial da estratégia do Cimehgo para reduzir o tempo de resposta a
desastres naturais. O objetivo da rede
de monitoramento e resposta rápida das chuvas intensas é reduzir o tempo de
resposta. André Amorim, gerente Cimehgo Isso significa
que, ao obter dados em tempo real, as autoridades podem se mobilizar de forma
mais ágil e eficaz, minimizando os danos causados por chuvas fortes e
permitindo uma resposta coordenada em situações de emergência. Além de
contribuir para a segurança da população, o sistema de pluviômetros traz
benefícios para outros setores da sociedade. Por exemplo, os agricultores podem
utilizar os dados para planejar o melhor momento de plantio ou colheita, com
base nas previsões climáticas. Além disso, os órgãos públicos podem tomar
decisões informadas sobre a gestão de recursos hídricos e a infraestrutura.
Como Amorim observa: “Esse dado serve pro agricultor? Serve. Então, o bom da
informação é que serve pro agricultor, serve pra quem tá fazendo estudo, serve
pra várias ações.” A rede de monitoramento de chuvas também faz parte do
programa Goiás Alerta Solidário, uma iniciativa do governo estadual que visa
integrar diversas secretarias e entidades para um atendimento eficiente à
população durante desastres climáticos. A Defesa Civil, em parceria com o
Cimehgo, recebe os dados em tempo real e coordena as ações de socorro e
prevenção, garantindo uma resposta rápida e eficaz quando há risco de desastre.
As cidades que receberam os pluviômetros, como São Luís de Montes Belos, Vila
Propício, Alto Paraíso de Goiás e muitas outras, são exemplos de como a
tecnologia está sendo utilizada para proporcionar maior segurança aos cidadãos.
A coleta contínua de dados sobre as chuvas desempenha uma função preventiva
essencial. Quando se observa que uma quantidade significativa de água caiu em
um curto período, as equipes de emergência podem agir antes que a situação se
agrave, prevenindo danos maiores. Essa resposta imediata pode ser crucial para
salvar vidas e proteger a infraestrutura local. Além dos benefícios imediatos,
a instalação dos pluviômetros também visa o planejamento a longo prazo. A
análise contínua das chuvas e do clima permite ao estado de Goiás se preparar
melhor para cenários de seca ou excesso de chuvas, ajudando a planejar
intervenções estruturais e políticas públicas para mitigar os impactos dessas
condições climáticas extremas. A mudança climática tem tornado as precipitações
cada vez mais irregulares, o que reforça a necessidade de monitoramento
constante. Amorim explica: “A chuva é muito irregular e acaba que ela precisa
ter um monitoramento até maior.” Esse acompanhamento em tempo real se torna
ainda mais relevante diante das incertezas climáticas que o estado enfrenta,
exigindo que o sistema de monitoramento esteja sempre atualizado e preparado
para atuar rapidamente. A iniciativa de instalar pluviômetros e aprimorar o
monitoramento das chuvas em Goiás é um exemplo de como a tecnologia e a
colaboração entre diferentes esferas do governo podem contribuir para a redução
dos riscos naturais. O projeto está presente em diversas cidades do estado,
como Bela Vista de Goiás, Corumbá de Goiás, Crixás, Estrela do Norte e outras,
mostrando como a integração de dados e a utilização da tecnologia podem
proporcionar dados valiosos para a tomada de decisões mais informadas e seguras
para toda a população goiana. Leia também: Chuvas deste domingo, 12,
deixam rastro de destruição em Goiânia;.(Fonte Jornal Opção Noticias
GO)