Prazo para reunir apoio foi até sexta-feira (17); mínimo para abertura
era de 27 senadores, mas adesão ficou em 15.
A proposta de criação de uma
comissão parlamentar de inquérito (CPI) no Senado para investigar os atos
extremistas de 8 de janeiro em Brasília não conseguiu apoio
suficiente. O presidente da Casa, Rodrigo
Pacheco (PSD-MG), deu prazo até sexta-feira (17) para que os
parlamentares reunissem as 27 assinaturas necessárias para abrir a CPI, mas
apenas 15 senadores apoiaram a abertura da comissão. A atuação do governo
federal, que ofereceu cargos e emendas parlamentares aos senadores que não
apoiassem a iniciativa, foi decisiva. Leia
mais: Governo
Lula troca emendas e cargos por retirada de assinaturas a favor de CPMI do 8 de
Janeiro. O pedido de investigação foi protocolado
pela senadora Soraya Thronicke (União Brasil-MS) em janeiro. O pedido chegou a
receber o aval de 38 senadores, mas caiu para 15 após a posse dos novos
senadores e a retirada de alguns apoios. Assinaturas de parlamentares que não
estão em mandato não foram contabilizadas pelo Senado. Leia mais: De
sede do Executivo brasileiro a palácio destruído: como está o Planalto dois
meses após os ataques. A senadora Soraya Thronicke
ainda poderá tentar novas assinaturas. Caso chegue ao número mínimo, poderá
reapresentar o requerimento como se fosse um novo pedido — começando do zero o
trâmite para a abertura da comissão. Presos Na última
sexta-feira (17), a Polícia Federal cumpriu 46 mandados de busca e apreensão e
32 mandados de prisão preventiva em nove estados e no Distrito Federal. Foi
a oitava fase da Operação Lesa
Pátria, que investiga pessoas que participaram, financiaram ou
se omitiram nos ataques ocorridos em 8 de janeiro em Brasília, quando as sedes
dos Três Poderes foram invadidas e depredadas. Segundo a PF, os crimes
investigados são de abolição violenta do Estado democrático de Direito, golpe
de Estado, dano qualificado, associação criminosa, incitação ao crime,
destruição e deterioração ou inutilização de bem especialmente protegido. PGR denuncia mais 100 envolvidos A Procuradoria-Geral da República
(PGR) apresentou, na quarta-feira (15), 100 novas denúncias contra
pessoas acusadas de ter participado da invasão das sedes dos Poderes. No total,
desde o início das investigações, o número de denunciados chega a 1.037. As
acusações partem da identificação de três grupos: o formado pelos que invadiram
os edifícios e atuaram pessoalmente na depredação do patrimônio público; o
composto dos que avançaram as barreiras policiais de proteção dos edifícios; e
o integrado por aqueles que acamparam nas imediações do Quartel-General do
Exército, solicitaram intervenção das Forças Armadas e incitaram animosidade
entre estas e os Poderes constitucionais. 294
tiveram liberdade negada O ministro Alexandre de Moraes finalizou
nesta quinta-feira (16) a análise dos pedidos de liberdade de presos pelos atos
do dia 8 de janeiro. Ele determinou a soltura de mais 129 pessoas que, para o
ministro, não representam mais risco à investigação e à sociedade. No entanto,
elas precisam usar tornozeleira eletrônica e não podem se comunicar com outros
investigados. Tiveram o pedido de liberdade negado 294 pessoas — 208 homens e
86 mulheres. Prejuízos milionários Os danos
causados ao Congresso Nacional, Palácio do Planalto e STF chegam a R$ 18,5
milhões, segundo estimativas apresentadas em
janeiro pela Advocacia-Geral da União (AGU). Em pedido feito à
Justiça Federal no DF para bloquear a quantia de quem financiou os atos, a AGU
afirmou que os financiadores também devem arcar com o prejuízo."Os réus
tiveram papel decisivo no desenrolar fático ocorrido no último dia 8 de janeiro
de 2023 e, portanto, devem responder pelos danos causados ao patrimônio público
federal e derivados desses atos, disso decorrendo a sua legitimidade passiva",
diz o pedido. O bloqueio recai sobre imóveis, veículos, valores financeiros em
contas e bens no nome dos investigados. Confira
os prejuízos calculados: • Palácio do Planalto: R$ 7.978.773,07
• Câmara dos Deputados: R$ 1.102.058,18 • Senado: R$ 3.500.000,00 • Supremo
Tribunal Federal: R$ 5.923.000,00 • Total: R$ 18.503.831,25. ( Fonte R 7
Noticias Brasília)