A velocista Krystsina Tsimanouskaya deixou Tóquio e chegou nesta quarta
a Varsóvia, após receber visto humanitário.
A velocista de Belarus Krystsina
Tsimanouskaya, que deixou os Jogos
de Tóquio precipitadamente devido a um conflito com
autoridades esportivas de seu país, desembarcou na noite desta quarta-feira (4)
na Polônia, que lhe concedeu um visto humanitário, uma vez que ela teme
represálias em seu país. Ameaçada de ser repatriada à força a Belarus
após criticar a federação de atletismo de seu país, a atleta, 24, fez escala em
Viena, onde um carro escoltado por dois veículos da polícia a aguardava, para
"preservar a sua segurança", explicou o secretário de Estado
austríaco, Magnus Brunner, que se encontrou com a atleta. "Ela está bem,
dadas as circunstâncias. Naturalmente, preocupa-se com sua família. Está
cansada e tensa, após os acontecimentos dos últimos dias", disse Brunne,
acrescentando que a atleta "está nervosa em relação ao que a espera".
Krystsina ainda não se pronunciou. Críticas
à federação A atleta explicou no domingo ter escapado de ser repatriada
à força para Belarus, dias depois de criticar a federação de atletismo de seu
país nas Olimpíadas de Tóquio. Segundo ela, a federação bielorrussa queria
forçá-la a participar do revezamento 4x400 metros, ao que a atleta mostrou sua
indignação, já que planejava correr apenas os 100 e 200 metros. Temendo ser
presa se voltasse, Krystsina obteve ajuda do Comitê Olímpico Internacional
(COI) e proteção policial, enquanto estava no aeroporto de Tóquio-Haneda.
O primeiro-ministro polonês, Mateusz Morawiecki, afirmou ter falado com a
velocista. "A Polônia continuará a apoiar ativamente toda a nação
bielorrussa e os militantes da oposição que são perseguidos", publicou no
Facebook. Seu governo também concedeu hoje um visto humanitário ao marido da
atleta, que havia fugido para a Ucrânia. O COI lançou uma investigação oficial
sobre o assunto. Seu porta-voz, Mark Adams, disse nesta quarta-feira que
recebeu um relatório do Comitê Olímpico de Belarus que está "sendo
avaliado". O incidente gerou condenação internacional de Belarus, uma
ex-república soviética governada com punho de ferro pelo presidente Alexander
Lukashenko desde 1994. Seu filho chefia o comitê olímpico nacional. "O
regime de Lukashenko tentou cometer um novo ato de repressão transnacional
(...) Atos como este violam o espírito olímpico, são um atentado aos direitos
fundamentais e não podem ser tolerados", reagiu no início da semana o
secretário de Estado americano, Antony Blinken. O movimento pró-democracia de
Belarus, que protagonizou manifestações em massa em 2020, está sendo duramente
reprimido pelo governo. Milhares de opositores já foram detidos, ou forçados ao
exílio. O líder de uma ONG bielorrussa, Vitali Shishov, exilado na Ucrânia, foi
encontrado enforcado na terça-feira em um parque de Kiev perto de sua casa.
Segundo a polícia local, pode ser um "homicídio disfarçado de
suicídio".( Fonte R 7 Noticiias Internacional)