Os golpes financeiros representam 2,4 vezes mais golpes do que os demais, diz a idewall. De acordo com a Serasa, quatro em cada dez brasileiros sofreram golpes financeiros neste ano.
(FOLHAPRESS) - Segunda-feira de
madrugada e terça-feira à noite são os dias e horários preferidos dos
estelionatários para tentativas de fraudes bancárias, segundo a edição de 2024
do relatório "Fraud Report idwall Financeiro", da empresa idwall, de
verificação de identidade e prevenção a fraudes. Os golpes financeiros representam 2,4 vezes mais golpes
do que os demais, diz a idewall. De acordo com a Serasa, quatro em cada dez
brasileiros sofreram golpes financeiros neste ano. Das pessoas que foram
vítimas, 57% tiveram perda média de R$ 2.288. As fraudes mais comuns foram em
cartão de crédito, pagamento de boleto ou Pix falsos e comunicação fraudulenta.
Em 2023, terça e sábado de madrugada eram os dias preferidos dos fraudadores. O
relatório da idwall tem como foco fraudes documentais e aponta que a foto e os
furos feitos na carteira de identidade foram os elementos mais adulterados,
sendo 90% das fraudes cometidas em RGs. O estudo foi feito com base nos dados
coletados na prestação do serviço de verificação documental a clientes do setor
financeiro. A idwall atende instituições como os bancos Itaú e Safra. Para
golpes que envolvem serviços que precisam de selfie, como a prova de vida, por
exemplo, o crescimento foi de 40,3% nos casos em que o cliente usa fotos de
documento para comprovar que está vivo. Enquanto o uso de foto de tela caiu
para 43,8%. Essa etapa geralmente aparece em processos como abertura de conta,
contratação de crédito ou outros serviços junto as instituições financeiras. De
acordo com a companhia, a taxa de fraudes geral teve queda de 40% entre 2024 e
2023, e 65,03% dos golpes são de baixa complexidade, ou seja, têm adulterações
no documento mais fáceis de serem identificadas. Apesar disso, as fraudes de
alta e média complexidade aumentaram em 19% e 16%, respectivamente. "Os
golpistas migraram para a ponta mais frágil do sistema que é a pessoa
física", afirma Walter Faria, diretor-adjunto de Serviços da Febraban
(Federação Brasileira de Bancos). Isso porque os aparatos de segurança que os
bancos implementaram nos últimos anos aumentaram, com um investimento previsto
de R$ 4,7 bilhões em cibersegurança em 2024. Os criminosos atuam de forma geral
com esquemas simples e que podem ser reproduzidos em larga escala no meio
digital, além de utilizarem técnicas de engenharia social, que envolvem ligações
de falsas centrais telefônicas, mensagens enganosas por email, redes sociais ou
WhatsApp, ou sites contatos por meio de sites fraudulentos. No Brasil, oito em
cada dez transações bancárias são feitas por por meio de aplicativos de banco
em celular, internet banking ou aplicativos de mensagens como o WhatsApp, de
acordo com a Febraban em sua pesquisa de tecnologia bancária encomendada à
Deloitte. Entre 2019 e 2023, as transações feitas por meio de smartphones
cresceram 251%. Segundo um levantamento do Datafolha, o brasileiro têm mais
medo de ter o celular roubado do que sua carteira. Neste cenário, Alexandre
Nery, gerente executivo da Serasa, afirma que "hoje o foco de segurança é
na esfera de dispositivos [celulares], que são quase como uma identidade."
Ele também ressalta a importância da proteção em camadas, que consiste em
combinar diversas tecnologias de proteção, como uso de biometria, verificação
de documentos e checagem de outros dados. DICAS DE SEGURANÇA PARA EVITAR CAIR
EM FRAUDES BANCÁRIAS Algumas boas práticas de proteção para a população são
incentivadas para aumentar a segurança, como desconfiar de qualquer ligação que
peça informações pessoais ou bancárias. Verificar a autenticidade de mensagens
e ligações, seja por WhatsApp, email ou redes sociais, que prometem grandes
negócios ou que tenham caráter de urgência, também devem virar rotina na vida
do cidadão. Erros ortográficos ou endereços diferentes dos canais oficiais são
indicativos comuns de fraude. Além disso, não é recomendado baixar aplicativos
de fora das lojas oficiais da Apple e do Android. Para se prevenir do risco de
ser clonado na internet é recomendado restringir a circulação de imagens e
áudios de si. Uma opção é tornar a conta privada e limitar a visualização de
posts a amigos. A outra é evitar publicar informações sensíveis. Veja mais
dicas para aumentar a sua segurança:
- Não digite ou comunique suas senhas em qualquer circunstância
que não o aplicativo oficial do banco;
- Ative a geolocalização dos aplicativos de bancos e de entregas e do próprio
celular;
- Ative a autenticação de dois fatores no WhatsApp;
- Faça o máximo de transações de casa, de preferência conectado ao wifi do
domicílio;
- Baixe os apps de bancos apenas diretamente da Play Store ou da Apple Store;
- Não clique em links enviados como se fossem do banco;
- Reduza os limites de transações quando estiver fora de casa e em horários
inusitados;
- Tenha diligência na escolha do banco;
- Não permita que contatos não adicionados vejam sua foto no WhatsApp;
- Evite usar fotos de rosto em redes sociais abertas, como no perfil de
WhatsApp;
- Comunique-se com o banco apenas via canais oficiais.
VEJA OS GOLPES
BANCÁRIOS MAIS COMUNS Alguns clientes do Nubank foram às redes sociais, no ano
passado, relatar tentativas de golpes a partir de ligações telefônicas, em que
o identificador de chamadas mostrava o número oficial da empresa. Os
telefonemas eram feitos de outras linhas que não as da instituição. Os
cibercriminosos, nesses casos, usam máscaras para adulterar o número
apresentado pelo identificador. Além disso, alguns golpes são aplicados por
meios de vírus, como o que é usado no golpe que ficou conhecido como "mão
fantasma". Mas também existem outras práticas para ficar atento como: GOLPE
DO PIX Outro golpe comum neste ano desvia o dinheiro do Pix pelo celular quando
o cliente vai realizar uma transferência bancária. Esse vírus já fez mais de
6.300 vítimas no Brasil desde janeiro deste ano, segundo dados da Kaspersky,
empresa de segurança online. A ação dos golpistas ocorre por meio do sistema
ATS (sigla em inglês para automated transfer system), após o consumidor baixar
algum aplicativo que esteja infectado com o trojan, um tipo de vírus também
conhecido como cavalo de Troia. Os cibercriminosos entram no celular da vítima
quando ela baixa algum aplicativo infectado ou clica em links duvidosos. Apps
de jogos, por exemplo, estão entre os que foram identificados como vetores do
novo vírus que faz a transferência do valor do Pix do cliente. ROUBO DE
IDENTIDADE NO INSTAGRAM COM INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL Estelionatários, depois de
invadir contas em redes sociais, usam inteligência artificial (IA) para clonar
traços e voz da vítima e publicar vídeos falsos a fim de aplicar novos golpes. Os
criminosos usam como isca investimentos com retornos financeiros incríveis ou
venda de móveis a preços impraticáveis e certificam a oferta com a
credibilidade da pessoa, cujo perfil fora roubado. Essa tecnologia ficou
conhecida nos últimos anos como deepfake e está mais acessível a cada dia com a
popularização de IAs generativas, aquelas como o ChatGPT. Hoje, bastam cinco
minutos de áudio para copiar uma voz com qualidade aceitável. SITES, EMAILS E
MENSAGENS FALSAS O golpe mais comum no Brasil é também o mais simples: sites e
mensagens falsas que induzem a vítima a fazer pagamentos a criminosos. Essa
prática é chamada de phishing, em referência ao verbo pescar em inglês, já que
há o uso de uma isca. Os criminosos usam assuntos do momento como o Bolsa
Família, o programa de refinanciamento de dívidas Desenrola Brasil, Imposto de
Renda ou oportunidades de emprego, a exemplo do Concurso Nacional Unificado que
o governo irá realizar. Mesmo que a pessoa não faça uma transferência na
ocasião, pode ceder informações sensíveis. Nas mãos de criminosos, esses dados
permitem criação de contas laranja e aplicação de golpes em conhecidos da
vítima. Leia Também: IA
clona voz e imagem de clientes em novos golpes financeiros mais difíceis de
evitar ( Fonte Noticias ao Minuto )