Autoridades em Roma teriam concordado em limitar o
aquecimento global a 1,5ºC, marca superior à do Acordo de Paris.
Os líderes das 20 principais economias do planeta, responsáveis
por 80% das emissões de gases poluentes, debatem neste domingo (31), em Roma,
sobre o combate às alterações climáticas, entre apelos para enviar uma mensagem
clara no início da COP26, em Glasgow."Estamos diante de uma escolha
simples: podemos agir agora ou lamentar mais tarde", disse, durante o
segundo dia da cúpula em Roma, o primeiro-ministro italiano, Mario Draghi, para
quem as medidas tomadas desde o Acordo de Paris foram "insuficientes".Embora
na véspera o G20 tenha mostrado que mesmo nas questões mais espinhosas, como um
imposto corporativo global, eles podem concordar, as negociações sobre o que a
ambição climática traduzir na declaração final de Roma continuam sem grandes
expectativas. "Chegou a hora de fazer o máximo em Roma para que os
membros do G20 contribuam de forma útil em Glasgow", disse o presidente
francês Emmanuel Macron ao jornal Le Journal du Dimanche, embora tenha
esclarecido que, antes de uma COP, "nada é decidido com
antecedência".A COP, sob a égide da ONU, é o encontro anual para debater e
definir compromissos no combate às mudanças climáticas. E a nomeação de
Glasgow, que vai abrigar o evento até 12 de novembro, é ainda mais importante,
já que a COP não pôde ser realizada em 2020 em razão da pandemia. A agenda da
conferência ministerial tem quatro temas principais e é tão complexa que as
negociações vão começar neste domingo, sem esperar pelos grandes discursos de
cerca de 130 chefes de Estado e de Governo, marcados para segunda e
terça-feira.Por isso, o foco está na declaração final do G20, mas sua
negociação é ainda mais difícil porque os líderes de países como China, Rússia,
Japão ou México não compareceram pessoalmente à cúpula, para participar por
videoconferência.A China depende do carvão, uma energia fóssil altamente
poluente, para operar suas usinas em meio a uma crise energética, mas mostrou
sinais de mudança ao se comprometer em setembro a parar de construir usinas a
carvão no exterior."A mudança climática não pode ser negada. E a
ação climática não pode ser adiada. Trabalhando junto com nossos parceiros,
devemos enfrentar esta crise global com urgência e ambição", tuitou o
primeiro-ministro canadense Justin Trudeau no domingo."Responsabilidade avassaladora"Embora o objetivo do Acordo de Paris de
2015 seja tentar limitar o aquecimento global a 2ºC em comparação aos níveis
pré-industriais, de preferência 1,5ºC, a negociação se concentra em quais
especificidades dar às medidas para alcançá-lo, como o prazo a ser estabelecido
para alcançar a neutralidade de carbono.Negociadores em Roma concordaram com a
meta de limitar o aquecimento global a 1,5ºC, um limite mais ambicioso que o do
Acordo de Paris, disseram à AFP três fontes próximas à negociação, enquanto a
cúpula continuava seu curso.No entanto, o principal entrave à negociação é o
fim do financiamento das usinas a carvão e do uso dessa energia fóssil, indicou
uma fonte da presidência francesa.“O G20 deve assumir um compromisso especial
para interromper a construção de novas usinas a carvão a partir deste ano e
acabar com o subsídio aos combustíveis fósseis a partir de 2025”, exortou Friederike
Röder, vice-presidente da ONG Global Citizen.Para este segundo dia de encontro
no La Nube, o ultramoderno Centro de Congressos de Roma, o Príncipe de Gales,
Charles, convidado para a cúpula, disse aos líderes que eles têm uma
"responsabilidade avassaladora" para com as gerações futuras.A última
coletiva de imprensa do G20, presidida pelo chefe do governo italiano, está
marcada para o fim da tarde deste domingo. Em seguida, a maioria dos líderes
presentes em Roma se dirigirá para a cidade escocesa.( Fonte R 7 Noticias
Internacional)