Caso gira em torno do contrato de patrocínio firmado em janeiro de 2024 entre o clube e a casa de apostas Vai de Bet.
O nome do Corinthians foi envolvido em uma investigação da Polícia Federal que apura um suposto esquema de lavagem de dinheiro ligado ao Primeiro Comando da Capital (PCC). O caso gira em torno do contrato de patrocínio firmado em janeiro de 2024 entre o clube e a casa de apostas Vai de Bet, no valor de R$ 360 milhões. Como surgiu o problema? A investigação começou após suspeitas de que parte dos valores pagos pelo Corinthians à intermediária do patrocínio, a empresa Rede Social Media, foram desviados por meio de empresas fantasmas para contas ligadas à facção criminosa. A Rede Social Media, de Alex Cassundé, recebeu R$ 1,4 milhão do Corinthians em março. Esses valores foram então redistribuídos para outras empresas suspeitas, entre elas: Neoway Soluções Integradas (em nome de uma empregada doméstica de Peruíbe); Wave Intermediações e Tecnologia; Victory Trading Intermediação de Negócios; UJ Football Talent Intermediação, apontada em delação como um braço do PCC no futebol. O que a Polícia Federal descobriu? A PF concluiu que R$ 1.074.150,00 desse dinheiro chegou à UJ Football Talent, envolvida em suposto esquema de lavagem ligado ao PCC. A delação de Vinícius Gritzbach, assassinado em novembro de 2023, reforçou a ligação da UJ com a facção criminosa, citando os nomes de Danilo Lima de Oliveira (Tripa) e Rafael Maeda Pires (Japa do PCC) como os responsáveis pela operação do grupo no futebol. Qual o envolvimento do Corinthians? Segundo o delegado Tiago Fernando Correia, o Corinthians é vítima de uma associação criminosa. A investigação aponta que o clube foi lesado por um furto qualificado: “Não se trata de coincidência, muito menos de mero acaso, o dinheiro ter saído das contas de um renomado clube brasileiro para ser abocanhado por uma afamada agência de assessoria esportiva”, afirmou o delegado no relatório final. O clube se defende dizendo que não tem responsabilidade sobre repasses feitos após o dinheiro sair de sua conta, e reforça que todos os pagamentos seguiram contratos formais. E o presidente Augusto Melo? O caso aumentou a crise política no clube. O presidente Augusto Melo, que firmou o contrato com a Vai de Bet, é alvo de quatro pedidos de impeachment, sendo um deles diretamente ligado a essa investigação. A votação que decidirá seu futuro está marcada para 26 de maio de 2025. Melo prestou depoimento à PF em abril e pode ser indiciado, embora até o momento não haja prova de seu envolvimento direto no esquema criminoso. O que dizem as empresas investigadas? A UJ Football Talent nega ligação com o PCC e afirma que nunca soube da origem irregular dos repasses. A Lion Soccer Sports, associada ao nome de “Tripa”, diz que ele é apenas um sócio administrador e que não tem participação na UJ. Todas as empresas investigadas se dizem inocentes e alegam não ter ligação com atividades ilícitas.(Fonte Jornal Opção Noticias GO)