Lava-Jato: Vaccari é condenado a 15 anos de cadeia, e Duque, a 20
Segundo o juiz Sérgio Moro, o tesoureiro do PT recebeu dinheiro desviado de contratos da Petrobras e que foram "lavados" sob a forma de doações oficiais ao partido.
O juiz da Operação Lava-Jato em Curitiba, Sérgio Fernando Moro, condenou nesta segunda-feira (21/9) o ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto e o ex-diretor de Serviços e Engenharia da Petrobras Renato Duque. O ex-tesoureiro, que está preso no Paraná, foi condenado a 15 anos e quatro meses de cadeia. A sentença o considerou culpado por corrupção passiva por receber parte das propinas do esquema de corrupção na estatal. Ele também foi condenado por lavagem de dinheiro por fazer “ocultação e dissimulação de recursos criminosos” vindos de um consórcio de empresas que prestava serviços na petroleira, o Interpar, "na forma de doações oficiais registradas ao Partido dos Trabalhadores".
Duque, que é ligado ao PT, foi sentenciado a 20 anos e oito meses de prisão. Ele foi condenado por corrupção passiva por receber propinas em razão do cargo em obras tocadas pelo Interpar, pelo consórcio CMMS, e pelo consórcio Gasam, da OAS, que construía um gasoduto da Petrobras no Nordeste. Ele também foi condenado por lavagem de dinheiro por ocultar dinheiro desviado sob a forma de “doações oficiais registradas ao Partido dos Trabalhadores”, segundo Moro. O juiz condenou Duque por associação criminosa, mas o absolveu da acusação de lavagem em outras obras e negócios investigados.
Moro condenou o presidente da Setal, Augusto Ribeiro de Mendonça Neto, e o operador da Toyo, Júlio Camargo, por corrupção ativa, lavagem e associação criminosa, mas, com acordo de delação premiada, eles tiveram penas reduzidas. Condenou ainda o operador Adir Assad e duas pessoas ligadas a ele – Mariza Blanco e Dario Teixeira – por lavagem de dinheiro e associação criminosa.
O juiz sentenciou o ex-gerente da Petrobras Pedro Barusco e o lobista Mário Góes pelo mesmos corrupção passiva, lavagem e associação criminosa, mas ambos se beneficiaram de acordos de delação. O doleiro Alberto Youssef, réu colaborador, foi condenado por lavagem.
Doações legais
À exceção dos réus que fecharam acordos de colaboração, os demais têm negado os crimes cometidos. O PT tem afirmado que todas as doações que recebe são lícitas e registradas na Justiça Eleitoral.(fonte correio brasiliense)