ASTOR PIZZOLLA
Filho
dos italianos Vicente
Piazzolla e Asunta Manetti, Astor Piazzolla nasceu em Mar del Plata,
Argentina e aos quatro anos foi com a sua família viver em Nova York em
busca de melhores condições de vida. Em seu período estadunidense, além do
espanhol, tornou-se fluente em inglês, italiano, francês e iniciou seu
interesse pela música. Em 1929 ganhou seu primeiro bandoneón de
seu pai, e em 1933 começou a tomar aulas de piano com Bela Wilde, um pianista
húngaro discípulo de Sergei Rachmaninoff. Foi em Nova York que o
jovem Astor conheceu o cantor argentino de tango Carlos Gardel,
enquanto este estava na cidade para rodar o filme El Día Que Me Quieras,
onde atuou como um garoto entregador de jornais. Em sua juventude, tocou e
realizou arranjos orquestrais para o bandoneonista, compositor e diretor Aníbal Troilo.
Estudou teoria harmônica e contraponto tradicional com
a educadora, compositora e diretora de orquestra francesa Nadia Boulanger.
Hoje normalmente considerado o compositor de tango mais importante da segunda
metade do século XX, ironicamente, quando começou a fazer inovações no tango,
no ritmo, no timbre e na harmonia, foi muito criticado pelos tocadores de tango
mais antigos. Ao voltar de Nova Iorque, Piazzolla já mostrava a forte
influência do jazz em
sua música, estabelecendo então uma nova linguagem, seguida até hoje. Quando os
mais ortodoxos, durante a década de 60, bradaram que a música dele não era de
fato tango, Piazzolla respondia-lhes que era música contemporânea de Buenos Aires.
Para seus seguidores e apreciadores, essa música certamente representava melhor
a imagem da metrópole argentina. Piazzolla deixou uma vasta e prolífica
discografia, tendo gravado com Gary Burton, Antônio Carlos Jobim, entre outros músicos
que o acompanharam, como o também notável violinista Fernando Suarez Paz.Entre
seus mais destacados parceiros na Argentina estão a cantora Amelita
Baltar e o poeta Horacio Ferrer, além do
escritor Jorge Luís Borges. Algumas de suas composições
mais famosas são "Libertango" e "Adiós Nonino".
"Libertango" é uma das mais conhecidas, sendo que esta e
constantemente tocada por diversas orquestras de todo o mundo.[1]
Em 1973, teve algumas músicas usadas como trilha sonora do filme Toda Nudez Será Castigada, dirigido
por Arnaldo Jabor e adaptado da peça homônima
de Nélson Rodrigues. A principal delas foi Fuga nº 9, do disco Música
contemporanea de la Ciudad de Buenos Aires, Vol 1 (1971). Por conta
disso, Piazzolla ganhou uma Menção Especial do Júri, como melhor trilha,
no Festival de Gramado do mesmo ano. A canção
"Adiós Nonino", outra das mais conhecidas composições, foi feita em
homenagem ao seu pai, quando este estava no leito de morte, Vicente
"Nonino" Piazzolla em 1959.[2]
Após vinte anos, Astor Piazzolla diria “Talvez eu estivesse rodeado de anjos.
Foi a mais bela melodia que escrevi e não sei se alguma vez farei melhor".[3] Por
muito tempo recusou escrever ou colocar uma letra na sua grande obra-prima,
porém, aceitou a proposta da cantora argentina Eladia Blázquez, que lhe
apresentou um poema que havia escrito sob a versão musical, e ele, comovido,
concordou. Resta referir que Eladia renunciou a quaisquer direitos de autor que
podia reclamar, enaltecendo ainda mais esta grande obra do tango. Piazzolla
sofreu uma hemorragia cerebral em Paris em 4 de agosto de 1990, que o deixou em
coma, e morreu em Buenos Aires, pouco menos de dois anos depois, em 4 de julho
de 1992, sem recuperar a consciência.( Fonte GOOGLE)