Em depoimento ao MPF, coordenadora de imunização negou
ter instruído vacinar crianças contra a Covid-19 .
A coordenadora de imunização de Lucena, na Paraíba, negou, ao MPF (Ministério
Público Federal), ter orientado os profissionais de saúde do município a
vacinar crianças contra a Covid-19 antes mesmo das doses pediátricas chegarem
ao Brasil. Em depoimento, ela afirmou que a instrução passada pela Secretaria
Estadual de Saúde era que o município organizasse um Dia D para que o público
infantil recebesse vacinas de rotina. Ao MPF, a depoente disse que, para o
Dia D, "publicou aos grupos a orientação de que a vacinação fosse feita no
público-alvo, de 16 a
idosos" e que "o estado orientou que quando fosse feito o Dia D
também fosse chamado público infantil para vacinas de rotina". Durante a
realização da vacinação nas crianças, ocasião em que houve aplicação das doses
contra a Covid destinadas a adultos, a coordenadora alegou estar afastada por
motivos de saúde. A responsável por aplicar as vacinas foi a técnica
de enfermagem subordinada à coordenadora. A técnica
afirmou, ao MPF, que foi a chefe quem a orientou a vacinar todos os públicos e
que a mensagem foi confirmada via WhastApp e por ligação telefônica. Na
ocasião, ela ainda reclamou que estava atuando sem assistência de uma
enfermeira, médica ou dentista e que não recebeu nenhum treinamento para
realizar a imunização contra a Covid.A coordenadora admitiu ter conversado com
a técnica, mas disse que "não deu nenhuma orientação para que alguma
técnica ou enfermeira aplicasse vacina para crianças" e que "não
partiu de nenhum superior a ordem para vacians crianças contra a Covid antes da
hora". Sobre os treinamentos, a enfermeira rebateu a técnica. "Todos
os treinamentos do Ministério da Saúde e da Secretaria Estadual de Saúde foram
repassados e que a técnica disse que não precisava ir para a rede de frios, já
informando que estava assistindo aos cursos disponibilizados pela Pfizer e que
todas as equipes tiveram acesso a treinamentos online, inclusive com calendário
de cursos a ser seguido", afirmou a depoente. Por outro lado, a
inclusão dos dados ficava sob a responsabilidade da coordenadora, já que a
técnica e outra enfermeira não tinham senhas para a inserção no sistema.
"Na UBS, não tinha boa internet e pelos problemas que houve com o sistema
do Ministério da Saúde, [a depoente] não cadastrou senhas para a enfermeira e a
técnica, enviando os dados a SES-PB", diz o relato. Doses vencidasO MPF, junto à Secretaria de
Saúde da Paraíba, constataram que das 49 crianças que foram indevidamente
imunizadas contra a Covid-19, 36 receberam doses fora do prazo de validade.
Outras 200 pessoas também foram imunizadas em Lucena com doses vencidas. Ao
MPF, a coordenadora de imunizações disse que "a vacina recebida em 5 de
dezembro não foi recolhida porque não sabia nem que a vacina estava em
estoque". Apesar da referida remessa ter a data de validade do frasco
ainda dentro do prazo, o conteúdo é considerado como vencido após 30 dias
depois que é descongelado e fica armazenado na temperatura entre 2 a 8°C. Segundo apuração do
ministério público,1,4 mil doses não utilizadas serão descartadas por estarem
fora da validade. O MPF apura as responsabilidades pelos erros na
vacinação em Lucena. A técnica de enfermagem, uma enfermeira e a coordenadora
de imunização foram afastadas. ( Fonte R 7 Noticias Brasil)
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