Dança das cadeiras deve atingir ao menos 11 ministérios e
integra grupo de ações para garantir reeleição
De olho nas eleições de outubro deste ano e com o
objetivo de aumentar sua base de apoio no Congresso, o presidente Jair
Bolsonaro (PL) prepara uma reforma ministerial que deve ser realizada até
abril. A dança das cadeiras deve atingir ao menos 11 ministérios. A maioria dos
ministros são senadores e deputados licenciados, e o objetivo é conquistar
cargos principalmente no Senado, onde Bolsonaro sofre maior resistência aos
projetos políticos. A orientação de Bolsonaro para a reforma ministerial é que
ela seja “normal” e “natural”, “sem que haja ruptura”. As pastas devem ser
assumidas por servidores internos e também por parlamentares do Centrão, grupo
de partidos que dá sustentação ao presidente no Congresso Nacional. O ministro
do Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho, deseja disputar uma vaga ao
Senado pelo Rio Grande do Norte. A intenção, contudo, esbarra na mesma vontade
de outro ministro: Fábio Faria, que comanda a pasta de Comunicações. Ambos já
conversaram com Bolsonaro sobre o assunto e tentam chegar a um acordo sobre
quem será o candidato bolsonarista no estado, mas ainda não está definido.
Marinho tem dito a interlocutores que a definição do nome passa pelo
presidente, que terá a palavra final. Tarcísio Freitas Tarcísio Freitas,
ministro da Infraestrutura, tem ganhado destaque no governo e o próprio
presidente já o promove como candidato ao governo de São Paulo. A intenção
inicial dele, no entanto, era disputar uma vaga ao Legislativo por Goiás. Durante
live realizada na última quinta-feira (13), o chefe do Executivo afirmou que o
ministro vai disputar as eleições em outubro e avaliou Freitas como “esperança
e promessa” para o estado paulista, hoje comandado por um de seus inimigos
políticos, o governador João Doria (PSDB). A intenção de Bolsonaro é levar
ainda o ministro para o PL, partido comandado por Valdemar Costa Neto. Uma das
alternativas analisadas para o estado paulista seria a candidatura de Marcos
Pontes, ministro da Ciência, Tecnologia e Inovações. Ele chegou a ser cogitado
para ser o candidato de Bolsonaro ao governo do estado, mas tem dito a aliados
que deve disputar uma vaga ao Senado por São Paulo.O ministro João Roma, que
chefia a Cidadania, também deve deixar o posto para se candidatar ao governo da
Bahia. Ele deve enfrentar o ex-aliado ACM Neto, presidente do DEM. Ambos
trabalharam juntos na prefeitura de Salvador e se desentenderam após a entrada
do ministro no governo de Bolsonaro. Não há, ainda, substituto para o
ministério. Tereza Cristina A ministra da Agricultura, Pecuária e
Abastecimento, Tereza Cristina, vai sair do posto para se candidatar ao
Legislativo no Mato Grosso do Sul. As tratativas seguem ocorrendo e não há,
ainda, definição se será ao Senado ou à Câmara dos Deputados. Um dos nomes
cogitados para assumir a pasta é o atual secretário-executivo, Marcos Montes.
Há, ainda, conversas sobre o senador Luiz Heinze (PP-RS) — a ideia, nesse caso,
seria fazer com que o parlamentar desistisse de concorrer ao governo do Rio
Grande do Sul, estado em que o ministro Onyx Lorenzoni (Trabalho e Previdência)
já é tido como o candidato bolsonarista. Anderson Torres, que comanda a Justiça
e Segurança Pública, também vai deixar o cargo para disputar uma vaga no
Congresso pelo Distrito Federal. O mesmo caminho deve ser feito por Flávia
Arruda, ministra da Secretaria de Governo, que fala em concorrer ao Senado. Um
dos líderes do Centrão, Ciro Nogueira, que chefia a Casa Civil, também vai
disputar as eleições em outubro. O ministro deve concorrer novamente ao Senado
pelo Piauí, seu estado natal. Gilson Machado, do Turismo, também pretende
disputar o pleito ao Legislativo. Damares Alves A ministra Damares
Alves (Mulher, Família e dos Direitos Humanos) informou à reportagem que não
pretende se candidatar a nenhum cargo e, sim, seguir no comando do ministério
até o fim do ano, apesar de sua alta popularidade. O chefe do GSI (Gabinete de
Segurança Institucional), Augusto Heleno, também disse que vai continuar no
posto. Marcelo Queiroga, que comanda a Saúde, não deve sair da função por
enquanto. A reforma ministerial, inclusive, foi abordada por Bolsonaro
recentemente durante conversa com jornalistas após participar de uma festa de
aniversário do advogado-geral da União, Bruno Bianco, em Brasília (DF).“Gostaria
que eles saíssem somente um dia antes do limite máximo para não termos qualquer
problema. Já começamos a pensar em nomes para substituí-los, e alguns já estão
mais que certos. A maioria será por escolha interna, até mesmo porque seria um
mandato-tampão até o fim do ano”, disse, na ocasião.Pelas regras do TSE
(Tribunal Superior Eleitoral), os ministros devem renunciar aos postos até 2 de
abril para disputarem os cargos eletivos. As eleições estão marcadas para o dia
2 de outubro — data em que os brasileiros vão eleger presidente da República,
governadores, senadores e deputados federais e estaduais (exceto no DF, onde
serão eleitos deputados distritais). Eventual segundo turno será realizado no
dia 30 do mesmo mês.( Fonte Jornal Contexto Noticias Brasil GO)