Cientistas da Nasa compararam o fenômeno com o ataque
americano contra a cidade japonesa de Hiroshima em 1945.
A força da erupção vulcânica no arquipélago das ilhas Tonga, em
15 de janeiro, superou de longe a potência da bomba atômica lançada sobre
Hiroshima, no Japão, informaram cientistas da Nasa, a agência espacial
americana, enquanto os sobreviventes do desastre natural apontaram nesta
segunda-feira (24) que sofreram um choque que "abalou seu cérebro". De
acordo com o Observatório da Terra da Nasa, o vulcão Hunga Tonga-Hunga Ha'apai
lançou uma coluna de fumaça que alcançou uma altura de 40 km após sua erupção. O
fenômeno foi ouvido até no Alasca, a mais de 9.000 km de distância, e
provocou um tsunâmi. A Nasa afirmou que essa erupção foi várias centenas de
vezes mais potente que a bomba atômica americana lançada sobre a cidade
japonesa de Hiroshima, em agosto de 1945, estimada em 15 kt (um quiloton
equivale a 1.000 toneladas) de TNT. "Calculamos que a quantidade de
energia liberada pela erupção foi equivalente a entre 5 e 30 mt (um megaton =
1.000 kt)", informou o cientista da Nasa Jim Garvin, em uma publicação no
domingo à noite. A agência afirmou que a erupção "aniquilou" a ilha
vulcânica, localizada 65 km
ao norte da capital de Tonga, Nuku'alofa. A catástrofe natural cobriu o reino
insular — com uma população de cerca de 100 mil pessoas — de uma
camada de cinzas tóxicas, contaminando a água potável, arrasando cultivos
agrícolas e destruindo completamente ao menos duas cidades.Pelo menos três
pessoas morreram em Tonga, e dois banhistas se afogaram no Peru, cuja costa foi
afetada por ondas de uma altura excepcional causadas pela erupção.As
autoridades peruanas anunciaram uma "emergência ambiental" de 90 dias
na área costeira, atingida por um vazamento de 6.000 barris de petróleo há uma
semana. O líquido continua se espalhando e contaminando a região, para o
desespero de seus habitantes.Em Tonga, a magnitude dos danos ainda é incerta,
entre outros motivos, porque as comunicações permanecem interrompidas. Seu
impacto "superou em muito qualquer outra coisa que as pessoas daqui
viveram", disse à AFP a jornalista Mary Lyn Fonua, moradora de Nuku'alofa."A
onda de choque da erupção abalou nosso cérebro", afirmou, acrescentando
que a camada de cinzas muito fina que cobre tudo dificulta a vida dos
habitantes."Se infiltra por todos os lugares, (...) irrita os olhos, causa
feridas no canto da boca. Todos estão com as unhas pretas. Parecemos
imundos", completou.As forças de defesa japonesas, neozelandesas e australianas
estão fornecendo ajuda de emergência, o que inclui água potável, enquanto
mantêm os rígidos protocolos sobre Covid-19 para preservar o arquipélago da
pandemia.( Fonte R 7 Noticias Internacional)
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