Soraya
acusa 'movimento orquestrado' contra CPI das Bets e vai acionar PF.
A relatora da CPI
das Bets, senadora Soraya Thronicke (Podemos-MS), rechaçou nesta terça-feira
(17) matérias jornalísticas que tratam de tentativa de extorsão contra
possíveis depoentes. Soraya classificou as alegações como "fofocas" e
"claro movimento orquestrado para desviar o foco" da comissão, além
de "descredibilizar" o trabalho da relatoria. As declarações da senadora foram feitas no
início da reunião da CPI desta terça. Na
semana passada, a revista Veja reportou que o lobista Silvio de Assis teria
pedido R$ 40 milhões a um empresário para evitar a sua convocação pela CPI.
Silvio também negou as acusações e alegou estar acompanhando a comissão para
produzir um documentário sobre o setor de apostas. Ele já foi preso pela
Polícia Federal em 2018 por corrupção e também esteve no radar da CPI da
Pandemia, em 2021. — Diante das graves
denúncias, procurei o diretor-geral da Polícia Federal me colocando
inteiramente à disposição, autorizando inclusive a quebra dos meus sigilos fiscais,
bancários e telemáticos. Pedi também a realização de uma acareação entre os
citados. Peço que os parlamentares citados façam o mesmo. Afinal, quem não
deve, não teme, e nem treme. Essas fofocas são, sem dúvida, um claro movimento
orquestrado para desviar o foco e enfraquecer o trabalho desta CPI — afirmou a
senadora. Ela ainda acrescentou que vai buscar identificar os acusadores
para que eles respondam por tentativa de obstrução da investigação da CPI,
denunciação caluniosa e crimes contra a honra. Soraya reforçou que seguirá na "missão" de investigar
irregularidades nas apostas online, principalmente em relação ao impacto
financeiro nas famílias e possíveis vínculos com organizações criminosas e
prática de sonegação fiscal. — A
Constituição nos assegura a imunidade parlamentar, que é essencial para que
possamos exercer nossos mandatos com liberdade, protegidos de perseguições e
calúnias infundadas. Quando sou atacada de forma injusta e covarde, quando
tentam me vincular a insinuações sem provas, faço uso desse direito para
assegurar que a verdade prevaleça e que a minha honra seja preservada — disse
ela. O senador Alessandro Vieira (MDB-SE), vice-presidente da CPI,
informou que já solicitou à Procuradoria-Geral da República (PGR) que instaure
processo investigativo sobre o mesmo assunto. Ele também rechaçou acusações que
envolvam o seu nome ou que venham a colocar em cheque a atuação da CPI, e pediu
que o Senado "se dê ao respeito" de apurar devidamente os fatos. — Eu
espero que [a PGR] instaure o inquérito, faça os levantamentos necessários e,
se alguém fez alguma coisa errada, que seja duramente punido. Não podemos
tolerar esse tipo de coisa. Ainda mais quando estamos apurando uma atividade
que envolve bilhões de reais, que drena recursos da saúde, da economia popular,
que claramente tem indícios de crime, de lavagem, de envolvimento de agentes
públicos. Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência
Senado) Fonte: Agência Senado
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