Organização registrou 441 pessoas vítimas de tratamento
cruel, desumano e degradante durante o ano de 2021.
A ONG Programa Venezuelana de Educação Ação em Direitos Humanos
(Provea) divulgou nesta quarta-feira (11) que há registro de aumento em 148%
dos casos de tortura na Venezuela entre janeiro e dezembro de 2021.Os dados
constam em um relatório anual apresentado pela organização não governamental. "No
direito à integridade pessoal, foi possível registrar durante 2021, 241
supostas vítimas de tortura no nível pessoal, isso significa um grande aumento
de 148% na comparação com o ano anterior", afirmou Lissette González,
coordenadora da pesquisa da ONG, durante a apresentação do relatório, em
Caracas.De acordo com a representante da organização, o Corpo de Investigações
Científicas Penais e Criminalísticas (CICPC) foi o órgão de segurança mais
denunciado por estes casos.Além disso, González indicou que, em 2021, a organização
registrou 441 pessoas vítimas de tratamento cruel, desumano e degradante. "Os
locais de onde há mais denúncias é a sede da CIPC, em El Hatillo, e a DGCIM
(Direção Geral de Contrainteligência Militar), em Boleíta", disse a
coordenadora, em referência a unidades que ficam no estado de Miranda.González
garantiu que as denúncias de maus tratos estão aumentando, "apesar do
acompanhamento que estão fazendo os órgãos de monitoramento internacional e,
sobretudo, ao início da investigação do Tribunal Penal Internacional (TPI)”.Sobre
as execuções ilegais, a ONG documentou que as forças de segurança e militares
causaram a morte de 1.414 pessoas, o que representa uma queda de 46,6% na
comparação com 2020, quando foram contabilizadas 3.034 vítimas. O coordenador
geral da Provea, Rafael Uzcátegui, acrescentou que, em 2021, foram documentaram
711 situações de violação ao direito da liberdade pessoal e 19 detenções no
contexto de protestos, o que implica em outra "diminuição
importantíssima" na comparação com o ano anterior.Para o representante da
ONG, o governo da Venezuela quer "fingir bom comportamento" par ter
elementos favoráveis que permitam "reforçar uma narrativa", o que
admite ser insuficiente para falar em melhoria."Não é sustentável, se não há
modificações estruturais na política de administração de justiça, na atuação
das forças policiais", garante Uzcátegui.( Fonte R 7 Noticias
Internacional)
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