Fruto de aumento da arrecadação e do corte de despesas,
saldo positivo do governo central vai corresponder a 0,4% do PIB.
Pela primeira vez desde 2013, o governo
brasileiro vai encerrar o ano com um resultado primário positivo,
o que representa um superávit das contas do Tesouro Nacional, da Previdência
Social e do Banco Central.Conforme as estimativas mais recentes do Tesouro
Nacional, o saldo positivo primário de
2022 vai
corresponder a 0,4% do PIB (Produto Interno Bruto), fruto de
uma receita líquida de 18,8% do total de riquezas nacionais e de uma despesa
estimada em 18,8%.“Se confirmada, a projeção para o resultado primário [que
exclui despesas financeiras] será a melhor em oito anos. Desde 2014, o Brasil
apresentava saldo negativo [déficit] nas contas públicas", escreveu o
ministro da Economia, Paulo Guedes, em uma rede social. Governo
terá as contas no azul pela primeira vez desde 2013 Pedro Afonso Gomes,
economista e presidente do Corecon-SP (Conselho Regional de Economia de São
Paulo), explica que o resultado positivo é decorrente do aumento da arrecadação em
meio ao processo de retomada econômica e ao corte de inúmeras despesas
orçamentárias."Nos últimos meses, alguns setores da economia
cresceram um pouco e, mesmo ainda abaixo no patamar pré-pandemia, começaram a
gerar e pagar impostos. Esse movimento aumenta a receita do governo",
afirma Gomes. O Tesouro Nacional afirma que “eventos não recorrentes”, como as
receitas de dividendos da Petrobras e as concessões decorrentes da privatização
da Eletrobras, ou arrecadações associadas a um ciclo favorável de commodities,
também ajudam a explicar o resultado positivo. Gomes recorda ainda o corte de 6,74 bilhões
do Orçamento anunciado pelo governo federal para cumprir o teto de gastos.
“Quando você reduz as despesas, há um superávit ou um déficit menor, porque
você gastou menos, em termos reais, do que deveria. Isso reflete negativamente,
principalmente nas áreas de assistência social”, lamenta ele.No acumulado dos
12 meses finalizados em novembro, o superávit primário do
setor público consolidado atingiu R$ 137,9 bilhões, o
equivalente a 1,4% do PIB, de acordo com dados do BC (Banco Central). Próximos anosPara o ano que vem, as projeções do
Tesouro Nacional já citaram o resultado negativo equivalente a 1,1% do PIB nas
contas do governo central, com um retorno das contas públicas
ao campo positivo apenas em 2026. Gomes, no entanto, afirma que as
projeções ainda podem ser revertidas. "Não há dúvida de que, em 2023, vai
haver um déficit. Isso só não vai acontecer se houver um aquecimento rápido da
economia, porque a retomada muito forte aumentaria as receitas, como aconteceu
neste ano", observa.O presidente do Corecon-SP também demonstra otimismo
para os próximos anos. Ele diz ver com bons olhos o "arco de
alianças" formado pela equipe do presidente eleito, Luiz Inácio Lula da
Silva, com empresários e trabalhadores para a elevação da confiança na economia
nacional. "A confiança é a principal sinalização da economia, porque
os investidores e financiadores não põem o dinheiro deles se não houver
otimismo. O mesmo acontece com os empresários, que não imobilizam seus recursos
sem confiança, e com os trabalhadores, que só fazem sacrifícios com a previsão
de que a vida mais para frente será melhor”, afirma.( Fonte R 7 Noticias
Brasil)
Nenhum comentário:
Postar um comentário