Autorretrato da artista mexicana alcança preço
excepcional para uma pintura latino-americana em leilão.
O autorretrato Diego y Yo, de Frida Kahlo, estabeleceu
na terça-feira (16) um recorde absoluto para uma obra da pintora mexicana, e
para um artista latino-americano, ao ser vendido por US$ 34,9 milhões em um
leilão da Sotheby's em Nova York.O valor ficou longe, porém, do teto previsto
pelos especialistas, que avaliaram a pintura na faixa de US$ 30 milhões a US$
50 milhões. Pintado em 1949 pela artista mexicana, o quadro pertencia a uma
coleção privada e tem a dedicatória "para Florence e Sam com o carinho de
Frida".O comprador foi o colecionador argentino Eduardo Costantini,
fundador do Museu de Arte Latino-Americana de Buenos Aires (Malba). A tela
irá, no entanto, para sua coleção particular. O empresário participou da
disputa por telefone, com Anna Di Stasi, a diretora da Sotheby's para a América
Latina, informou a casa de leilões à AFP, acrescentando que o valor total da
compra inclui a comissão de venda. Em 1995, esse filho de um imigrante italiano
que chegou a Buenos Aires no início do século 20 pagou o valor recorde de US$
3,2 milhões por Autorretrato con Chango y Loro (1942), também de Frida
Kahlo.Em 2016, ele pagou pouco mais de US$ 16 milhões pela obra Baile en
Tehuantepec (1928), de Diego Rivera. O recorde anterior para
uma obra de Rivera, de 1995, era de pouco mais de US$ 3 milhões.Até então, o
recorde em leilão para uma pintura de Kahlo era de US$ 8 milhões, por uma obra
vendida em 2016.Diego y Yo também
bateu o recorde para um trabalho de artista latino-americano.Esse é um dos
autorretratos mais emblemáticos da pintora mexicana, que se tornou um ícone
feminista.Na pintura, o rosto de Rivera aparece na testa de Frida, acima de
suas sobrancelhas características e de seus olhos escuros, dos quais caem
algumas lágrimas.A representação de Rivera — na época, próximo da atriz
mexicana María Félix — como um terceiro olho simboliza quanto ele atormentava
seus pensamentos, dizem os especialistas em arte. Kahlo e Rivera se
casaram duas vezes. Ela faleceu em 1954, aos 47 anos.Diego y Yo havia sido vendido pela
última vez na Sotheby's por US$ 1,4 milhão, em 1990. No leilão desta
terça-feira (16), outras estrelas da noite foram uma obra do pintor francês
Pierre Soulages, que alcançou US$ 20,2 milhões, e um trabalho da espanhola
Remedios Varo, vendido por quase US$ 2,7 milhões.Uma obra da anglo-mexicana
Leonora Carrington foi leiloada por US$ 1,8 milhão; uma pintura do cubano
Wilfredo Lam, por US$ 1,35 milhão; outra, do uruguaio Joaquín Torres-García,
por US$ 1,23 milhão; e uma natureza-morta de Diego Rivera, por US$ 3,2 milhões.
Uma tela do chileno Roberto Matta foi arrematada por US$ 715.000. ( Fonte
R 7 Noticias Internacional)