Presidente de Fundação Palmares chamou africano brutalmente assassinado de 'vagabundo morto por vagabundos mais fortes'.
O presidente da Fundação Palmares de promoção da
afro-brasilidade, Sérgio Camargo, postou ataques em uma rede social ao congolês
Moïse Kabagambe, morto após ser espancado na Barra da Tijuca, no Rio de
Janeiro. De acordo com Camargo,
"Moise andava e negociava com pessoas que não prestam. Em tese, foi um
vagabundo morto por vagabundos mais fortes. A cor da pele nada teve a ver com o
brutal assassinato. Foram determinantes o modo de vida indigno e o contexto de A
postagem de Camargo gerou uma série de reações nas redes sociais, muitas com a
hashtag "Fora Camargo", e houve até quem se dispusesse a representar
a família de Moïse Kabagambe em uma ação judicial. "Alguém tem
contato da família? Alguém? Me disponho a fazer o processo sem cobrar nenhum
centavo da família. Alguém?", disse um internauta. Acumulador de polêmicas Camargo acumula
polêmicas à frente da gestão da entidade. Ele está afastado
de atividades ligadas à gestão de pessoas desde 11 de outubro do
ano passado, acusado de assédio moral, discriminação e perseguição ideológica
contra os servidores da fundação. A decisão é do Tribunal Regional do Trabalho
(TRT) da 10ª Região, em Brasília. O TRT afirma que o comportamento de Sérgio
Camargo promove “verdadeira afronta aos preceitos constitucionais,
especialmente à competência para gestão de pessoas e às prerrogativas
estatutárias” definidas no regimento interno da fundação. Em uma das
investigações contra Sérgio Camargo, o MPF (Ministério Público Federal) apura
se ele praticou crime de racismo. Segundo a denúncia, o investigado fez, em
reunião com auxiliares, declarações de cunho racista contra todos os
praticantes de religião de matriz africana. O órgão cita áudio divulgado
pela imprensa em que Camargo teria declarado que não concederia benefícios a
praticantes de religiões de matriz africana. "Não vai ter nada para
terreiro na Palmares, enquanto eu estiver aqui dentro. Nada. Zero. Macumbeiro
não vai ter nem um centavo […]." Além disso, em outro momento da reunião,
ele teria se referido ao movimento negro como “escória maldita, que abriga
vagabundos”.O MPF no DF recebeu ainda ofício encaminhado pela PFDC
(Procuradoria Federal dos Direitos do Cidadão) com solicitação de abertura de
investigação contra Sérgio Camargo não só por racismo, mas também por
improbidade administrativa.Para Carlos Alberto Vilhena, procurador federal dos
direitos do cidadão, a conduta de Sérgio Camargo – no áudio revelado pela
imprensa – revela “possível desvio de poder”, por ele chamar o movimento negro
de “escória maldita” e prometer exonerar servidores que divergirem do seu
padrão ideológico.( Fonte R 7 Noticias Brasil)
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