País teve 2 mil crianças com menos de 4 anos mortas por agressão.
Dados são de 2010 a 2020, mas Sociedade Brasileira de Pediatria afirma
que isolamento social aumentou os riscos .
Entre 2010 e 2020, pelo menos
103.149 crianças e adolescentes com idades de até 19 anos morreram no Brasil,
vítimas de agressão, segundo levantamento divulgado pela SBP (Sociedade
Brasileira de Pediatria). Acrescentou que, do total, cerca de 2 mil vítimas tinham
menos de 4 anos. Apesar de os dados relativos a 2020 ainda serem
preliminares, a SBP informou que, segundo especialistas consultados, o
isolamento social, medida “essencial para conter a pandemia do novo
coronavírus”, resultou em aumento da exposição das crianças a uma “maior
incidência de violência doméstica”, o que, consequentemente, elevou também os
casos letais.Segundo o presidente do Departamento Científico de Segurança da
SBP, Marco Gama, o estresse causado pela pandemia aumentou a probabilidade de
as crianças serem vítimas de violência, além de causar prejuízos do ponto de
vista da saúde física e mental.No entanto, disse ele, independentemente da
pandemia, os casos de violência contra crianças e adolescentes sempre
existiram, principalmente em ambiente doméstico ou intrafamiliar. A SBP
acrescenta que, só em março de 2020, foi registrado, no Brasil, um aumento de
17% no número de ligações notificando a violência contra a mulher. “O caso do menino Henry [Henry Borel, cuja
morte, no Rio de Janeiro, é investigada tendo como suspeitos o padrasto e a
mãe] não pode ser ignorado e deve ser apurado com todo o rigor que a lei exige.
Tal barbárie deve alertar, ainda, para a existência de outras crianças e
famílias que vivem dramas semelhantes”, alertou, por meio de nota, a presidente
da SBP, Luciana Rodrigues Silva.A entidade acrescentou que estudos científicos
e a prática dos profissionais que lidam com a infância e a adolescência indicam
que tratamento humilhante, castigos físicos e qualquer conduta que ameace ou
ridicularize a criança ou o adolescente, quando não letais, podem ser
extremamente danosos à sua formação de personalidade e como indivíduos para a
sociedade, bem como interferem negativamente na construção da sua
potencialidade de lutar pela vida e no seu equilíbrio psicossocial. “Nascer e
crescer em um ambiente sem violência é imprescindível para que uma criança
tenha a garantia de uma vida saudável, tanto física quanto emocional”, conclui
a presidente da entidade.( Fonte R 7 Noticias Nacional)