Antonio Guterrez, secretá-geral da organização, também pedirá ajuda para
a Turquia; segundo ele, há pressa.
A ONU fez um apelo nesta
quarta-feira (15) por doações para ajudar a enfrentar as "imensas
necessidades" de milhões de pessoas sem moradia ou alimentos após o terremoto que
deixou quase 40.000 mortos na Turquia e na Síria. O
secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, pediu aos Estados membros da
organização que contribuam "sem demora" com US$ 397 milhões para
assegurar "a ajuda humanitária da qual precisam desesperadamente quase
cinco milhões de sírios", começando por "abrigo, atendimento médico e
alimentos". Guterres disse que em breve será apresentado um pedido similar
para ajudar a Turquia. "As necessidades são imensas e sabemos que a ajuda
para salvar vidas não está chegando na velocidade e escala necessárias",
insistiu Guterres. "Uma semana depois dos terremotos devastadores, milhões
de pessoas na região lutam para sobreviver, sem moradia e em temperaturas
glaciais", acrescentou. Na terça-feira (14) à noite, o balanço da tragédia
era de 39.106 mortos: 35.418 na Turquia e 3.688 na Síria. A ONU já afirmou que
os números devem aumentar de maneira expressiva. "Estamos assistindo a
pior catástrofe natural na região europeia da OMS em um século e a ainda
estamos medindo a dimensão", afirmou uma fonte da Organização Mundial da
Saúde (OMS). Na terça-feira, as equipes de resgate encontraram quatro pessoas
com vida nos escombros na Turquia. Um casal sírio de Antakya, uma das cidades
mais afetadas pelo terremoto, exclamou "Alahu akbar" (Alá é maior)
depois do resgate. Eles passaram quase 210 horas nos escombros após o terremoto
de 7,8 graus de 6 de fevereiro. Dois irmãos foram resgatados depois de 198
horas sob os escombros. Com 17 e 21 anos, os jovens afirmaram que sobreviveram
consumindo proteína em pó. "Estava tranquilo, sabia que seria salvo. Eu
rezei. Conseguia respirar sob as ruínas", comentou um deles ao canal NTV. Porém,
apesar dos pequenos milagres, as possibilidades de encontrar sobreviventes nos
edifícios que desabaram são quase nulas. RESIGNAÇÃO
"As equipes que vieram até aqui deixaram claro que procuram sobreviventes.
Trabalharam durante dois dias e não encontraram nenhum", lamentou Cengiz,
um soldado de 50 anos de Antakya com cinco parentes presos entre os escombros. "Entendemos
que a atenção está voltada para os sobreviventes, mas temos o direito de
reclamar os corpos de nossos familiares", declarou, com resignação,
Hussein, que esperava localizar a esposa de seu irmão e seus quatro filhos. Nas
atuais circunstâncias, a prioridade agora é a assistência para centenas de
milhares — que podem chegar a milhões — de pessoas cujas casas foram destruídas
pelos terremotos. "Atendemos às necessidades de alojamento de 1,6 milhão
de pessoas. Quase 2,2 milhões de pessoas foram retiradas ou abandonaram as
províncias (atingidas)", afirmou o presidente turco, Recep Tayyip Erdogan,
na terça-feira, após uma reunião do governo. ZONAS REBELDES No lado sírio, pela primeira
vez desde 2020 um comboio de ajuda entrou na terça-feira nas zonas rebeldes do
norte do país depois de atravessar a passagem de fronteira de Bab al-Salama, no
limite com a Turquia.O comboio era integrado por 11 caminhões da Organização
Internacional para as Migrações (OIM), carregados com barracas, colchões,
cobertores, tapetes e outros produtos.O posto de fronteira de Bab al-Salama
liga o território turco ao norte da província de Aleppo, controlada por facções
sírias leais a Ancara.O local havia sido fechado à ajuda humanitária da ONU por
pressão da Rússia, aliada do regime de Damasco.As zonas fora de controle do
governo sírio no norte de Aleppo e na província de Idleb (noroeste), onde moram
quase três milhões de pessoas, estão entre as mais devastadas pelo terremoto na
Síria.A Síria anunciou a abertura de duas novas passagens de fronteira com a
Turquia por um período inicial de três meses para acelerar a chegada de ajuda
humanitária.( Fonte R 7 Noticias Internacinal)
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