Categoria reclama da falta de combustível e da diferença de preço para encher o tanque em Buenos Aires e em outras partes do país.
A Associação dos Transportadores
de Carga de Tucumán, província no interior da Argentina, realiza uma greve de
caminhoneiros nesta quarta-feira (22). A categoria organizou manifestações e
bloqueios de estradas para protestar contra o aumento do preço do diesel, as
sobretaxas e a escassez do combustível no país.“É um protesto por tempo
indeterminado”, disse Eduardo Reynoso, presidente da Associação dos
Transportadores de Carga de Tucumán, ao jornal argentino La Nación.
A categoria quer que o preço do diesel cobrado no interior do país seja o mesmo
dos postos da capital, Buenos Aires. Essa situação está sendo classificada
pelos caminhoneiros argentinos de "falta de federalismo"."O que
buscamos é o federalismo, que consigamos o preço da YPF ao mesmo preço de
Buenos Aires", diz Reynoso.O ministro da Segurança de Buenos Aires, Sergio
Berni, foi, nesta quarta-feira, ao local onde caminhoneiros bloqueavam a
passagem de veículos nos arredores da capital para negociar. Segundo o jornal
argentino Clarín,
houve uma discussão entre os organizadores do protesto e Berni, que chegou a
dar um prazo de cinco minutos para que o trânsito fosse liberado. Consequências para a economia A paralisação
dos caminhões nos últimos dias já afeta a economia argentina. Segundo
comunicado da indústria açucareira argentina, a produção de açúcar no país foi
paralisada. A Argentina teme que a população enfrente falta de alimentos e de
bens para a indústria. Conforme dados divulgados hoje pela Fadeeac (Federação
Argentina de Entidades Empresariais de Transporte de Cargas), 21 dos 24 distritos
em que o país está dividido estão sofrendo com problemas de abastecimento de
diesel. Importação e escassez Segundo
seus organizadores, os atos são um reflexo da falta de resposta dos ministérios
do Trabalho e Transportes e da Secretaria de Energia para resolver o aumento do
custo do transporte causado pela elevação do preço do diesel. O presidente da
Associação dos Transportadores de Carga de Tucumán relatou ao jornal Clarín
que, na província de Tucumán, cada motorista pode comprar entre 100 litros e
200 litros por um preço que vai de 185 a 190 pesos o litro. Para um volume de
diesel acima desse, o valor sobe para 230 pesos o litro. O governo argentino
elevou na semana passada o percentual de biocombustível que o diesel deve ter
em sua produção devido à escassez de óleo diesel no país, mas a Fadeeac disse
que é "uma medida paliativa, mas não resolve a questão". O presidente Alberto Fernández anunciou a
intenção de aumentar a importação do combustível, utilizado para abastecer os
tanques de máquinas agrícolas, caminhões e ônibus de passageiros, entre outros.
Caminhoneiros no Brasil O Brasil também passa por uma situação semelhante e há
risco de o país ter uma greve de caminhoneiros por causa dos sucessivos
aumentos no valor do diesel.O governo federal anunciou na terça-feira (21) que
vai propor ao Congresso Nacional a criação de um auxílio
financeiro a caminhoneiros para tentar conter o impacto das
altas no preço dos combustíveis.A ideia inicial, segundo integrantes do
Executivo e do Legislativo, é instituir um benefício de R$ 400 até o fim deste
ano, mas o valor ainda não foi definido. O presidente da Frente
Parlamentar em Defesa do Caminhoneiro Autônomo e Celetista, deputado federal
Nereu Crispim (PSD-RS), reagiu à proposta dizendo que o valor seria insuficiente."Essa
gente propõe uma esmola que não paga a metade de uma recapagem de pneu. Nos respeitem,
isso é um deboche", disse Crispim. O parlamentar explicou que um
caminhoneiro gasta, em média, entre R$ 8.000 e R$ 10.000 para realizar o
trajeto de São Paulo a Alagoas.( Fonte R 7 Noticias Internacional)
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