Debate deve abordar estupro e assassinato de menina ianomâmi de 12 anos em Roraima.
A Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher da
Câmara dos Deputados debate nesta quarta-feira (25) formas de aumentar a
proteção dos direitos das crianças e das mulheres indígenas. A audiência foi
sugerida pelas deputadas Rejane
Dias (PT-PI), Tereza
Nelma (PSD-AL), Vivi
Reis (Psol-PA) e Sâmia
Bomfim (Psol-SP). “Na América, as mulheres indígenas costumam enfrentar
formas diversas e sucessivas de discriminação histórica que se combinam e se
sobrepõem, resultando na sua exposição a violações de direitos humanos em todos
os âmbitos da vida cotidiana: desde os direitos civis e políticos, o direito a
aceder à justiça, até os direitos econômicos, sociais e culturais, e o direito
a uma vida sem violência”, afirma Rejane Dias. A deputada lembra notícia publicada
recentemente na imprensa sobre uma menina de 12 anos da tribo ianomâmi que foi
estuprada e morta por garimpeiros. “Isso é uma barbárie!”, protesta a
parlamentar, ressaltando que, nesse caso, a condição de vulnerabilidade é
inconteste, não apenas pela pouca idade. “Há um agravante no crime. Além de ser
contra uma criança indígena de 12 anos, foi praticado por indivíduo
supostamente de outra etnia que adentrou na comunidade para cometer tal
ilícito”, avalia Rejane Dias. Comissão externa O caso
ganhou repercussão nacional e motivou a criação de uma comissão externa na Câmara
para averiguar a situação de crianças, adolescentes e mulheres da comunidade
Aracaçá, na terra indígena ianomâmi, em Roraima, que teriam sido vítimas de
violência praticada por garimpeiros que exploram ilegalmente a região.
Na semana passada, parlamentares
que estiveram em Roraima pediram ações imediatas para conter o garimpo ilegal
na região e reivindicaram mais estrutura para garantir fiscalização
permanente na reserva de mais de 9 milhões de hectares. Debatedores
Foram convidados para discutir o problema:- o procurador da República,
representante da 6ª Câmara de Coordenação e Revisão do Ministério Público
Federal, Alisson Marugal;- a presidente da Comissão Interamericana dos Direitos
Humanos, Julissa Mantilla Falcón;- um representante do Ministério da
Justiça;-um representante da Fundação Nacional do Índio (Funai); e um
representante da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib); A audiência
será realizada no plenário
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