Ultradireitista José Antonio Kast e esquerdista
Gabriel Boric devem disputar a presidência do país no segundo turno em dezembro.
Com 71,45% da apuração concluída no Chile, os números indicam
que o ultradireitista José Antonio Kast, com 28,30% dos votos até o momento, e
o esquerdista Gabriel Boric, com 25,07%, disputarão a presidência do país em um
segundo turno no dia 19 de dezembro.Esta é a primeira vez desde o retorno à
democracia em 1990 que os partidos tradicionais de centro-esquerda e
centro-direita não conseguem chegar ao segundo turno. Ambos os favoritos têm
agendas muito diferentes, o que obrigará os chilenos a escolher em dezembro
entre o governo mais de esquerda desde Salvador Allende (1970-1973) ou o mais
de direita desde a ditadura de Augusto Pinochet (1973-1990). Boric, um
deputado de 35 anos e ex-líder estudantil que se descreve como ambientalista,
feminista e regionalista, quer expandir o papel do Estado para um modelo de
bem-estar semelhante ao da Europa.Kast, um advogado católico de 55 anos,
pretende reduzir o papel do Estado, baixar os impostos, lidar duramente com a
migração irregular e proibir o casamento gay e todas as formas de aborto.Parisi, a surpresaO economista liberal Franco Parisi, que
vive nos Estados Unidos e nem sequer foi ao Chile para as eleições, continua
sendo a surpresa do dia, com 13,31% dos votos, de acordo com a última contagem.Parisi
desloca assim o governista e ex-ministro Sebastián Sichel para o quarto lugar e
empurra a candidata da centro-esquerda, a democrata-cristã Yasna Provoste, para
a quinta posição. Muito atrás, com menos de 8% dos votos, estão Marco
Enríquez-Ominami e Eduardo Artés, da esquerda radical."A centro-esquerda
não estará no segundo turno, e isso é doloroso para um projeto político como o
nosso, que sempre pensou em como ter uma alternativa a um modelo
neoliberal", disse Provoste, que deixou no ar o seu apoio a Boric na
votação.O Partido Socialista, parceiro de coalizão de Provoste na antiga
Concertación, anunciou o apoio ao candidato da esquerda."Pedimos aos
chilenos para que não subestimem a ameaça representada por uma opção de extrema
direita como eventual presidente do nosso país", disse o presidente do
partido, Álvaro Elizalde.Sichel, que não declarou se pedirá votos para Kast,
anunciou que se afastará temporariamente da política e que não votará em Boric."Não
vou votar em Gabriel Boric no segundo turno. Não quero que a extrema esquerda
ganhe no Chile", afirmou.( Fonte R 7 Noticias Internacional)
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