Em Tigré, mais de 90% da
população precisa de ajuda alimentar.
Conflito em Tigré já fez com que a
maior parte da colheita e do gado fossem perdidos em saques e queimadas.
O Programa Mundial
de Alimentos da ONU (Organização das Nações Unidas) alertou
nesta terça (1) que mais de 90% dos 6 milhões de habitantes de Tigré, no norte
da Etiópia, precisam de ajuda
alimentar urgente. O conflito já fez com que 90% da colheita e 80% do gado
fossem perdidos após saques e queimadas. Além disso, gafanhotos ameaçam a safra
atual. A província está em ebulição desde novembro, quando forças etíopes
assumiram o controle da
região. Na ocasião, o primeiro-ministro Abiy Ahmed invadiu
Tigré sob alegação de “desobediência
civill”, após autoridades locais realizarem eleições contrariando o
adiamento imposto pelo governo federal. O partido oposicionista TPLF (Frente de
Libertação do Povo de Tigré) comanda a província há mais de 30 anos. Agências
humanitárias só puderam entrar na região depois de março, quando pelo menos
dois milhões de civis já haviam se deslocado para
outras províncias ou países vizinhos. Ainda assim, várias áreas permanecem
inacessíveis. “Muitos grupos fazem parte da disputa além do governo, como
milícias lutando ao lado das forças do governo, as tropas da Eritreia e a
TPLF”, relatou o repórter da Al-Jazeera Mohammed
Adow. Segundo ele, quase todas as partes no conflito impedem que a ajuda chegue
às pessoas de alguma forma. Quase a metade das mulheres grávidas ou em
amamentação apresentaram desnutrição
aguda ou moderada em 53 aldeias visitadas, reportou Adow. Quase
um quarto de todas as crianças que permanecem na província estão desnutridas. Violência
crescente Há denúncias de violência sexual e
assassinatos em massa pelas forças da
Eritreia. Os soldados do país vizinho permanecem no território
etíope mesmo após o primeiro-ministro Abiy Ahmed garantir a
retirada, em abril. Na sexta (25), o ministério de Relações
Exteriores da Etiópia culpou a TPLF pelas interrupções na entrega de ajuda.
“Remanescentes mataram trabalhadores humanitários e caminhoneiros e saquearam
alimentos e produtos que estavam para ser entregues às pessoas que precisavam
de apoio”, escreveu no Twitter.
O Programa Mundial de Alimentos pediu mais de US$ 200 milhões em doações para
responder à crise humanitária de Tigré.( Fonte A Referencia Noticias
Internacional)
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