Documento assinado por especialistas da Defesa Civil
recomenda manter interdição de gruta em Altinópolis, interior do estado.
Um laudo assinado por geólogos do IPT (Instituto de Pesquisas
Tecnológicas), de São Paulo, apontou fissuras e falhas na estrutura da gruta
Duas Bocas, que desabou e matou nove bombeiros,
no último dia 31, em Altinópolis, no interior de São Paulo. O documento,
assinado também por especialistas da Defesa Civil e do IPA (Instituto de
Pesquisas Ambientais), recomenda que seja mantida a interdição da caverna
devido ao risco de novos desmoronamentos.A Real Time, empresa que dava
treinamento aos bombeiros, informou que a gruta foi inspecionada antes da
atividade e apresentava condições normais, porém chovia muito quando aconteceu
o acidente. O laudo foi feito após vistoria realizada no local da tragédia dois
dias depois do acidente. Os peritos afirmam que as estruturas da gruta
apresentam fraturas e fissuras que favorecem a queda de placas. Os
especialistas recomendam a realização de estudos geológicos e técnicos para
verificar melhor a estabilidade da estrutura.Enquanto isso, a gruta deve continuar interditada ao acesso público.
Eles recomendaram ainda que essa e outras grutas da região tenham monitoramento
constante e sistemático, principalmente nos períodos chuvosos. A Polícia Civil
de Altinópolis informou que ainda aguarda a conclusão do laudo elaborado pelos
peritos do Instituto de Criminalística de Ribeirão Preto para concluir o
inquérito que apura o desabamento com mortes. Em depoimento, testemunhas
disseram que um instrutor morto no acidente vistoriou a gruta em dias
anteriores e horas antes do desabamento, não tendo sido notadas anormalidades.
Conforme o delegado Rodrigo Salvino Patto, os indícios apontam para um fato extraordinário
e imprevisível, mas ainda é preciso analisar as conclusões do laudo pericial.O
desmoronamento aconteceu na madrugada do dia 31 de outubro, quando 28 pessoas,
entre bombeiros civis e instrutores, realizavam um treinamento de busca e
resgate em cavernas. Dez pessoas ficaram soterradas, mas uma foi retirada com
ferimentos dos escombros e sobreviveu. Entre os nove mortos — cinco homens e
quatro mulheres —, seis eram de Batatais, cidade da região. As outras eram de
Altinópolis e Sales Oliveira, também na região, e de Monte Santo de Minas (MG).O
sócio-proprietário da Real Time Treinamento, Sebastião Abreu, disse que não
teve acesso ao laudo do IPT e vai aguardar o laudo oficial da perícia para se
manifestar. Sua sócia, Tainá Pereira, afirmou que o desabamento da gruta foi
imprevisível e que ninguém imaginava que iria acontecer.( Fonte R 7 Noticias
Brasil)