Em clima de revolta, apoiadores do golpe comemoram em Mianmar.
População
condenou golpe e prisão de alto escalão do governo; nacionalistas celebraram
tomada de poder pelas forças armadas.
Apoiadores do chefe do Exército de Mianmar foram às ruas de
Yangon para comemorar seu golpe
contra um governo eleito democraticamente acenando com
bandeiras em picapes. Imagens publicadas nas redes sociais mostraram uma
multidão de várias dezenas de pessoas reunida no centro da maior cidade de
Mianmar para celebrar a tomada de poder pelo general Min Aung Hlaing, mas em
outras partes da localidade o clima era de medo, revolta e frustração. "Estou
com raiva. Não quero mais controle militar", disse Zizawah, diretor
comercial de 32 anos que só quis informar parte do nome por temer represálias. "A
maneira como eles agem é como uma ditadura. Todos nós sabemos em quem votamos.”
O Exército de Mianmar disse ter detido a líder eleita Aung San Suu Kyi, cujo
partido Liga Nacional pela Democracia (NLD) venceu com grande vantagem uma
eleição de novembro que os militares contestam. "Hoje é o dia em que o
povo está feliz", disse um monge nacionalista a uma multidão de apoiadores
dos militares em um vídeo publicado no Facebook. Suu Kyi é extremamente popular
no país como figura central de décadas de luta contra juntas anteriores, apesar
da revolta de países ocidentais com a maneira como ela lidou com um êxodo de
refugiados rohingya que fugiam de uma repressão do Exército em 2017. "Tivemos
uma eleição legal. As pessoas votaram naquele que preferiram", disse
Theinny Oo, um consultor de desenvolvimento. "Agora não temos proteção sob
a lei. Sentimo-nos inseguros e amedrontados.” Ativistas pró-democracia deram
pouco crédito a um comunicado no qual o Exército disse que realizará uma
eleição justa e depois deixará o governo. "Eles tomaram o poder à
força", disse à Reuters o ativista Maung Saungkha. "Todos se sentem
revoltados e aborrecidos... não confio em absoluto no fato de que as eleições
serão realizadas depois de um ano e que eles transferirão o poder de
volta." As notícias do golpe, anunciadas na mídia controlada pelos
militares, circularam esporadicamente por causa de grandes interrupções nas
conexões de internet de celulares com as quais muitas pessoas contam para se
manter informadas. Filas se formaram em caixas eletrônicos, mas muitos pararam
de funcionar por causa das oscilações na internet, e bancos anunciaram que
estão sendo obrigados a fechar. ( Fonte R 7 Noticias Internacional)