Mourão demite assessor que teria articulado
impeachment de Bolsonaro: "Não apoio isso aí"
Afastamento ocorreu após
divulgação de mensagens trocadas entre o servidor e o chefe de gabinete de um
deputado.
O vice-presidente Hamilton Mourão demitiu
na última quinta-feira (28), o chefe de sua assessoria parlamentar, Ricardo
Roesch Morato Filho. A exoneração do auxiliar foi publicada em edição extra do
Diário Oficial da União (DOU). A demissão foi decidida após o site O
Antagonista mostrar mensagens trocadas entre o servidor e o chefe de gabinete
de um deputado. A conversa teria relação com articulações no Congresso para um
futuro impeachment do presidente Jair Bolsonaro.
Nesta sexta-feira (29), Mourão que a situação foi "lamentável" e que
gerou "um ruído desnecessário". O vice-presidente reforçou ser contra
um processo de impeachment e disse prezar pelo "princípio da
lealdade". Foi
uma situação lamentável. Em primeiro lugar, porque não concordo com o processo
de impeachment, não apoio isso aí, como já falei várias vezes. Segundo lugar,
não é a forma como eu trabalho — disse em conversa com jornalistas na chegada
ao Palácio do Planalto.Ricardo Roesch, então chefe de assessoria parlamentar de
Mourão, teria enviado mensagens convidando um chefe de gabinete no Congresso
para um café e mencionado conversas com "os assessores de deputados mais
próximos". "É bom sempre estarmos preparados", escreveu.Na troca
de mensagens, ele sugere a perda de força do general Augusto Heleno, chefe do
Gabinete de Segurança Institucional (GSI) da Presidência. Segundo ele, Mourão
teria dividido a ala militar do governo. Ele diz ainda: "capitão está
errando muito na pandemia - Gal. Mourão é mais preparado e político você sabe
disso".Na quinta-feira, em nota, a vice-presidência repudiou a
"inverdade de toda a narrativa" e negou que alguém da equipe de
Mourão teria comportamento como o revelado inicialmente pelo site O Antagonista.
Entretanto, a demissão do assessor foi mencionada pelo vice-presidente ainda na
quinta e confirmada em edição extra do Diário Oficial da União (DOU)."Uma
troca de mensagens imprudente, gera um ruído totalmente desnecessário no
momento que a gente está vivendo. A partir daí a pessoa que tinha um cargo de
confiança perde a confiança para exercer esse cargo. Lamento isso",
afirmou Mourão.Ele disse não ter conversado sobre o assunto com Bolsonaro por
se tratar de uma "questão interna" da sua equipe. Ele declarou ainda
que o assunto está "resolvido e encerrado". "Eu prezo por demais
o princípio da lealdade", disse. "A lealdade é uma estrada de mão
dupla, ela é minha com meus subordinados, vamos falar assim, e deles comigo. No
momento que isso é rompido, se rompe um elo e não dá mais para trabalhar
junto", acrescentou.( Fonte Estadão)
Nenhum comentário:
Postar um comentário