Texto agora seguirá para a análise do presidente da Câmara.
Uma comissão especial de juristas aprovou nesta
quarta-feira (23) anteprojeto de novo arcabouço legal para o sistema portuário
público e privado. Representantes de portuários protestaram contra as eventuais
mudanças em regras trabalhistas. “Esta proposta respeita a tradição e abraça a
inovação, conforme os princípios da livre iniciativa e da valorização do
trabalho humano”, afirmou o desembargador do Tribunal Regional do Trabalho de
São Paulo Celso Peel, relator no colegiado. Celso Peel afirmou que o
anteprojeto resultou de um trabalho coletivo. Além dos 15 integrantes da
comissão especial, foram ouvidos 43 convidados em 12 eventos públicos. Segundo
o relator, o grupo recebeu mais de cem sugestões por escrito. “O anteprojeto
visa não apenas as necessidades do presente, mas lança as bases para um futuro
em que o setor portuário brasileiro será uma referência mundial em eficiência,
inovação e responsabilidade social”, afirmou Celso Peel no parecer. Entre
outros pontos, o anteprojeto aprovado prevê:
- o
fortalecimento do Ministério de Portos e Aeroportos na formulação de
políticas públicas para o setor portuário;
- a
ampliação das competências da Agência Nacional de Transportes Aquaviários
(Antaq) e das autoridades portuárias na gestão dos portos;
- a criação
de uma câmara de autorregulação e resolução de conflitos no setor
portuário, visando soluções administrativas em vez de contenciosos
judiciais;
- um
plano nacional de dragagem para atração de navios de grande porte, com
possibilidade de financiamento pelo Fundo da Marinha Mercante; e
- atualizações
nas regras trabalhistas e em medidas para a desburocratização das
atividades nos portos públicos e privados.
O diretor-geral da Antaq, Eduardo Nery, defendeu a
desburocratização prevista. “Isso aproximará mais a gestão de portos públicos e
privados. O desafio é que haja governança à altura da flexibilização que a
futura lei deverá trazer”, disse. Críticas Uma das alterações criticadas
por representantes dos trabalhadores portuários e do Ministério Público do Trabalho
é o fim da exclusividade, nos portos públicos, da contratação de trabalhadores
avulsos, como prevê a atual Lei dos Portos. “A minha visão é de frustração.
Pensei que poderia sair daqui com a solução de conflitos, mas, com o
anteprojeto, parece que teremos outros pela frente”, lamentou o advogado Eraldo
Franzese, que atua para portuários de Santos (SP). Na terça-feira (22),
entidades sindicais que representam cerca de 50 mil portuários promoveram uma
paralisação nacional por 12 horas em protesto contra as novas regras
trabalhistas previstas no texto da comissão especial. Próximo passo O
anteprojeto agora seguirá para a análise do presidente da Câmara, deputado
Arthur Lira (PP-AL). Criada no final de 2023, a comissão especial foi
presidida pelo ministro do Tribunal Superior do Trabalho Douglas Alencar
Rodrigues. Reportagem – Ralph Machado Edição – Roberto Seabra Com
informações da Agência Brasil Fonte: Agência Câmara de Notícias
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