Funcionários passam por treinamento de cinco meses, que
envolve manuseio de armas, explosivos, corrida, lutas e aulas de conduta.
Pessoal, transporte, alimentação, salário: nos últimos 11 anos,
o cidadão brasileiro pagou mais de R$ 127 milhões com gastos relativos à
segurança de presidentes
da República, vices e familiares. As cifras foram obtidas pela
reportagem no Portal da Transparência do Governo
Federal e são relativas às despesas liquidadas, ou seja,
quando os serviços foram prestados e pagos. De 2011 a 2021, foram gastos R$
127.376.282,16 com a segurança presidencial.Somente no primeiro mandato de
Dilma Rousseff (PT), foram liquidados R$ 60.332.122,10. Depois, no segundo
mandato, que durou cerca de um ano e meio, R$ 17.980.613,81. Michel Temer
(MDB), que assumiu a presidência em agosto de 2016 após o impeachment da
petista, usou R$ 16.988.694,15. Já Jair Bolsonaro, até 2021, liquidou R$
30.074.851,90. Para 2022, já estão liquidados R$ 2.411.980,92. A segurança
presidencial é realizada pelo GSI (Gabinete de Segurança Institucional). Para
isso, a pasta utiliza agentes de seguranças pessoal e de instalações, além de
seus recursos materiais.As ações são divididas em três áreas: segurança
imediata (em que atua de forma mais próxima ao presidente), aproximada e
afastada. O sistema de segurança compreende planejamento, coordenação e
execução e pode envolver órgãos federais, estaduais e municipais. Além disso,
mediante ordem do presidente, pode incluir integrantes das Forças Armadas
(Exército, Marinha e Aeronáutica). Os candidatos passam por cinco meses
de treinamento antes de participar da equipe de segurança. A capacitação dos
funcionários envolve condicionamento físico, manuseio de armas e explosivos,
corrida, lutas e aulas de conduta.Em uma das partes do treinamento, os
funcionários passam por um simulador, onde é reproduzido o trajeto do comboio
presidencial. Todos os veículos são enfileirados com batedores em motos ao
redor, em sincronia.No campo, são previstas emboscadas — a ideia é reproduzir
um ataque à comitiva com uma reação extrema, que conta com disparos de fuzil e
pistolas 9 mm
em uma ação que dura três minutos ininterruptos de tiros, granadas de fumaça
roxa, vermelha e branca e um dublê na figura do presidente. Em 2019, o ministro
Augusto Heleno, que comanda atualmente o GSI e já trabalhou
na segurança dos ex-presidentes Fernando Collor e Itamar Franco, afirmou que os
profissionais que compõem o comboio presidencial acabam sendo "uma mistura
de Batman, Superman e Mandrake" — isso por causa da rotina com
diversificadas atividades.As indicações para compor o comboio presidencial são
feitas, normalmente, pelas chefias das forças auxiliares — como PF (Polícia
Federal), PRF (Polícia Rodoviária Federal) e Abin (Agência Brasileira de
Inteligência).O R7 procurou a Presidência da
República para falar sobre os gastos, mas não obteve retorno até a publicação
desta reportagem.( Fonte R 7 Noticias Brasília)
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