Israel diz não ter cronograma para encerrar ataques em Gaza.
Em nove dias, mais de 200 pessoas morreram na Palestina; fontes
militares dizem que cessar-fogo está sendo estudado.
Israel disse nesta quarta-feira
(19) que não está estabelecendo um cronograma para o fim dos ataques contra
militantes palestinos em Gaza, que já duram 9 dias. Os militares israelenses
voltaram a bombardear o enclave com novos ataques aéreos, enquanto o grupo
Hamas lançou mais foguetes através da fronteira. Autoridades médicas palestinas
disseram que 219 pessoas foram mortas em 10 dias de ataques aéreos, que
destruíram ruas, edifícios e outros elementos da infraestrutura e pioraram a
situação humanitária já severa em Gaza. Segundo o porta-voz do Exército israelense, Roni Kaplan, o grupo Hamas usa civis como escudo humano,
colocando alguns lançadores ou alvos militares próximos a escolas, hospitais e
edificações habitadas por população civil. O exército israelense afirma que tem
como objetivo atacar alvos militares, buscando tentar poupar a morte de
civis. Autoridades israelenses estimam em 12 o número de mortos em Israel,
onde ataques de foguetes recorrentes causam pânico e fazem as pessoas fugirem
para abrigos.'Não estamos com um
crônometro'Enquanto a comunidade internacional pede por uma trégua, o
primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, não indicou que está disposto
a encerrar os bombardeios. Em uma reunião com embaixadores estrangeiros, o
premiê disse que o país está engajado em uma "dissuasão vigorosa"
para evitar conflitos futuros com o Hamas. Em comentários de uma sessão fechada
de perguntas e respostas citados pela mídia israelense, ele disse: "Não
estamos parados com um cronômetro. Queremos alcançar os objetivos da operação.
Operações anteriores duraram muito tempo, então não é possível estabelecer um
cronograma"."Há apenas duas possibilidades para enfrentá-los: seguir
até o fim, que ainda é uma possibilidade, ou a dissuasão. E atualmente estamos
imersos em uma dissuasão firme", disse o chefe de Governo. Segundo a AFP, Israel está
estudando a possibilidade de um cessar-fogo com o grupo palestino. "Estamos
estudando qual é o momento adequado para um cessar-fogo", disse à imprensa
a fonte militar, que pediu anonimato, antes de destacar que Israel se prepara
para mais dias de bombardeios em caso de necessidade, enquanto comprova se
"cumpriu os objetivos" da ofensiva.Novos
ataques na madrugadaEm um ataque de 25 minutos de madrugada, Israel
bombardeou alvos como túneis que seus militares disseram existir no sul da
Faixa de Gaza e ser usados pelo Hamas, o grupo islâmico que governa o enclave. Cerca
de 50 foguetes foram disparados de lá, segundo os militares israelenses, e
sirenes foram acionadas na cidade litorânea de Ashdod, ao sul de Tel Aviv, e em
áreas mais próximas da fronteira de Gaza. Não surgiram relatos de ferimentos ou
danos de madrugada, mas dias de disparos de foguetes perturbam muitos
israelenses. Pressão internacional A França apresentou na terça-feira um projeto de resolução ao
Conselho de Segurança da ONU, após oito dias de bloqueio diplomático,
provocado, sobretudo, pela recusa da diplomacia dos Estados Unidos a adotar uma
declaração conjunta sobre o conflito. O texto foi apresentado em coordenação
com Egito e Jordânia, dois países com peso regional e vizinho de Israel e dos
territórios palestinos. Além de pedir uma trégua, a resolução francesa exigia
"acesso humanitário para as pessoas que precisam", explicou à AFP um
diplomata que pediu anonimato. 9 dias de
conflito Em nove dias, 3.750 foguetes foram lançados a partir de Gaza,
mas quase 90% dos projéteis foram interceptados pelo sistema de defesa
antiaéreo israelense, segundo exército. Ao mesmo tempo, na Cisjordânia, a
revolta de jovens palestinos contra a ocupação israelense, uma das mais
violentas da última década, deixou 24 mortos desde 10 de maio. O conflito em
Gaza começou em 10 de maio, quando o Hamas lançou foguetes contra Israel em
"solidariedade" aos manifestantes palestinos feridos em confrontos
com a polícia israelense na Esplanada das Mesquitas em Jerusalém Oriental. A
violência teve origem na ameaça de expulsão de famílias palestinas a favor de
colonos israelenses em um bairro palestino de Jerusalém Oriental, ocupado por
Israel durante mais de 50 anos.Na última semana, quase 450 edifícios da
densamente povoada Gaza foram destruídos ou seriamente danificados, incluindo
seis hospitais e nove centros de atendimento de saúde primários, e mais de 52
mil palestinos foram deslocados, de acordo com a agência humanitária da
Organização das Nações Unidas (ONU).O último grande confronto entre Israel e o
Hamas aconteceu em 2014. O conflito de 51 dias devastou a Faixa de Gaza e
provocou as mortes de pelo menos 2.251 palestinos, a maioria civis, e de 74
israelenses, quase todos soldados.( Fonte R 7 Noticias Internacional)
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