Confrontos étnicos no Sudão geram
êxodo em massa para o Chade.
Cerca de 2 mil civis deixaram a
capital de Darfur Ocidental, El Geneina, em direção ao Chade desde o início de
abril.
Os
recentes confrontos étnicos na região de Darfur Ocidental,
no Sudão, já forçaram a saída de cerca de 2 mil pessoas para o Chade. O balanço
é da Acnur (Agência das Nações Unidas para Refugiados) para a emissora VOA (Voice
of Africa). A violência começou no dia 3, quando tribos passaram a disputar
recursos terrestres e hídricos da região. O maior índice de deslocados vem de
cidades próximas a El Geneina, capital da província. Conforme o porta-voz da
agência na África, Babar Baloch, a maioria dos refugiados são
mulheres, crianças e idosos. Os deslocados cruzam a fronteira perto da cidade
de Adre, na província de Ouaddai – local que fica a apenas 200 metros dos
limites entre os dois países. “Os refugiados que chegam falam de casas
destruídas”, disse Baloch. “Locais que hospedam deslocados se transformaram em
alvos” Alguns dos recém-chegados ao Chade já haviam se deslocado por confrontos
anteriores entre 2020 e janeiro deste ano. O Sudão tenta
implantar um governo de transição após a assinatura do
acordo de paz entre a elite política e dois grupos rebeldes do
país, em outubro do ano ano passado. Um grupo armado, porém, se recusou a
integrar o tratado, que também não é popular entre a maioria da
população sudanesa. Os cidadãos tiveram suas vidas afetadas pela violência após
o conflito que eclodiu em 2003. Desde então, os combates entre as forças
armadas e milícias aliadas ao ex-presidente Omar al-Bashir mataram
cerca de 300 mil pessoas e forçaram o deslocamento de milhões. Al-Bashir foi
deposto em abril de 2019, após uma série de disputas iniciadas ainda em 2018. Pedido de ajuda A ONU (Organização das Nações Unidas) instaram o governo
sudanês a enviar forças de segurança para manter a paz em Darfur Ocidental.
Conforme Balloch, a província de Ouaddai, na fronteira do Chade, já hospeda 145
mil refugiados que deixaram o Sudão em
busca de segurança ao longo dos últimos anos. “As condições são terríveis”,
relatou. “As pessoas não têm abrigo e dormem ao ar livre”. A insegurança
alimentar é outro inimigo em meio às altas temperaturas, que
podem chegar aos 40°C durante o dia. “Precisamos de comida e água com
urgência”. A ajuda ainda é incerta. Conforme Balloch, a Acnur reuniu apenas 16%
do apelo de US$ 141 milhões para as operações humanitárias no Chade em 2021.(
Fonte A Referencia Noticias Internacional)
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