ONU: Governos na África buscam
ajuda para combater praga de gafanhotos.
Operações contra nuvens de gafanhotos
protegem mais de 34 milhões de pessoas de insegurança alimentar.
Uma operação conjunta de controle em larga escala busca reduzir
rapidamente a multidão dos gafanhotos no extremo leste da África. A FAO
(Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura) tem apoiado nos
últimos 14 meses as operações montadas pelos governos da região. Etiópia, Quênia e Somália
concentra gafanhotos menores que não conseguem reproduzir por conta das fracas
chuvas. A próxima estação chuvosa deve ser mais seca do que o habitual, podendo
contribuir para um declínio ainda maior dos insetos. No Norte do Quênia, as nuvens de
gafanhotos atingiram 2 mil km2 em tamanho no ano passado. Das 20 missões
diárias no terreno, só agora uma ou duas, no máximo. A FAO intervém na
prevenção de pragas, através de gestão dos gafanhotos do deserto desde a sua
criação em 1947. Mudança Segundo o analista-sênior da agência na área,
Keith Kressman, em boas condições, estes insetos são como uma bomba-relógio
biológica e são bons na gestão de condições ambientais num clima em mudança, o
que faz deles sobreviventes profissionais. Os protagonistas das
operações foram surpreendidos duas vezes por uma explosão de reprodução durante
a vaga de clima atípico que despejou quantidades incomuns de precipitações fora
da temporada. Para evitar situação idêntica,
Keith Kressman quer que missões de vigilância sejam aceleradas, para
conservar os ganhos e detectar eventual aumento na
atividade dos gafanhotos, lembrando que seria um erro fatal
reduzir a resposta agora. Como forma de salvaguardar as conquistas,
governos da região acionaram mecanismos de alerta precoce, estabelecendo
sistemas e equipas em estado de total prontidão. Para os analistas, a
capacidade de preparação da resposta aos gafanhotos é um legado duradoiro que
vai beneficiar a África de Leste no futuro. O gestor de Gafanhotos da FAO
para a África Oriental, Cyril Ferrand, disse que o mapeamento do ambiente
é conduzido antes do controlo aéreo em assentamentos, corpos da água, selva e
áreas protegidas. Se as nuvens estiverem muito perto do riacho ou direção do
vento, a operação de
pulverização é cancelada para evitar contaminação. Recomendações
A única estratégia eficaz para responder ao aumento de
gafanhotos desta magnitude é a utilização de pesticidas aprovadas, recomenda a
agência, segundo a qual as consequências da falta de ação seriam inaceitáveis
devido ao potencial destrutivo de plantações de alimentos e pastagem que
acarreta nesta região já atormentada pelos níveis de insegurança
alimentar. A agência alerta ainda que os pesticidas podem
constituir fator de risco a saúde humana e
animal cuja gestão pressupõe adoção de medidas preventivas necessárias e de
métodos de aplicação corretas. Segundo a FAO, as alternativas biológicas
podem não estar disponíveis em quantidades adequadas e rápido o suficiente
devido a extensão das nuvens de gafanhoto do deserto, anunciando que pesquisas
extensivas sobre o controlo biológico e outros meios não químicos estão em
curso. O foco atual seriam os patógenos e reguladores do
crescimento do inseto. O controlo dos predadores naturais e parasitas é
limitado tendo em conta a facilidade dos gafanhotos em superar os inimigos
durante a fase de aumento e de migrar para longe, deixando-os atrás. As
operações terão, segundo cifras, evitado a perda de US$ 1,5
bilhão em perdas de cereais e laticínios, protegendo 34,2 milhões de
pessoas da insegurança alimentar. ( Fonte A Referencia Noticias
Internacional)
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