Vídeo com chefe da Al-Qaeda
alimenta rumores sobre morte e sucessão.
Fala curta e dados desatualizados não
configuram prova de vida do chefe da Al-Qaeda, al-Zawahiri, apontam analistas.
O vídeo
do chefe da Al-Qaeda, Ayman
al-Zawahiri, lançado no dia 12, só alimentou os rumores de que o
sucessor de Osama bin Laden está de fato morto, apontou o site especializado Jihadica, na última quarta
(17). A principal figura do grupo jihadista fala apenas em quatro dos 22
minutos do vídeo, que trata do genocídio contra
os muçulmanos rohingya de Mianmar. No restante do
tempo, um narrador não identificado apresenta o assunto com atualizações mais
recentes. “Embora recortes de notícias sejam habituais nos vídeos da Al-Qaeda,
não é normal que al-Zawahiri fique em segundo plano para outro orador”, apontou
o analista Cole Bunzel. Outros indícios apontam a fragilidade temporal do
registro de Al-Zawahiri. Em dois fragmentos, o chefe jihadista se refere ao
“governo democrático de Mianmar” – o que aparenta ter sido gravado antes do golpe militar de
fevereiro. O episódio que levou os líderes opositores à prisão em
Mianmar é referenciado apenas pelo narrador. “As palavras de Al-Zawahiri são de
fato tão gerais que poderiam ter sido registradas já em 2017. Nada em seus três
minutos e 45 segundos oferece algo remotamente próximo de uma prova de vida”,
escreveu Bunzel. Os primeiros relatos da morte do chefe da Al-Qaeda surgiram em
novembro de 2020, na imprensa
paquistanesa. As informações apontavam que Al-Zawahiri teria morrido
de causas naturais, provavelmente no Afeganistão. A possibilidade do chefe da
Al-Qaeda estar morto imediatamente levanta a questão sobre quem será seu
sucessor – um tema que já abordou muitos nomes, como o do
proeminente egípcio Saif
al-Adel, que pode atrair o grupo para uma união com o EI (Estado
Islâmico). Possibilidades Ainda que a morte de Al-Zawahiri não esteja confirmada,
todos os sinais apontam para esta direção. O movimento, porém, pode indicar uma
tentativa da Al-Qaeda “ganhar tempo” enquanto consegue uma sucessão ou mantém a
negociação com o Taleban no
acordo com o governo afegão e os EUA em Doha,
no Catar – ou ambos. Outra possibilidade é que Al-Zawahiri não esteja morto,
mas a Al-Qaeda quer que o mundo pense que está. “Em outras palavras, [o grupo]
deliberadamente promove essa ambiguidade para algum propósito estratégico”,
disse o analista. Entre os objetivos estaria indicar que o grupo está
“enfraquecido” e, por isso, os EUA e
a comunidade internacional podeeriam retirar suas
tropas do Afeganistão. Essa possibilidade, para Bunzel, é a
menos plausível. Um relatório do think tank norte-americano Wilson Center aponta
que o movimento jihadista é o mais fragmentado desde 11 de setembro de 2001,
quando a Al-Qaeda era um polo entre diversos grupos. “Ao perder líderes, novas
figuras têm surgido para assumir a bandeira. Mas a rotatividade também ameaça a
estabilidade”, diz o documento. O foco, agora, tende a ser a ampliação do alcance
regional. “No início de 2021, o grupo mantinha seis ramos centrais que se
estendiam do Sahel ao
subcontinente indiano”.( Fonte A Referencia Noticias Internacional)
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