O número de 1 advogado para cada 164 pessoas preocupa o vice-presidente
da OAB/SP, Leonardo Sica, que vê "problema instalado e de difícil
solução".
O Brasil é o país que tem a
maior proporção de advogados por habitantes, com 1 profissional a cada 164
pessoas.O número total é de 1,3 milhão de advogados no país, o mesmo que nos
Estados Unidos, que têm população de 329,5 milhões, enquanto o Brasil tem 212,7
milhões. Em números absolutos, perde para a Índia, com 2 milhões, mas com
proporção bem maior, de 700 advogados para cada cidadão.De acordo com Leandro
Piccino, ex-presidente da OAB/São Bernardo do Campo e atual presidente do
conselho deliberativo da OAB/PREV-SP, os números são assustadores. "Mas
nem todos os inscritos estão de fato atuando. Muitas vezes a pessoa passa no
exame da Ordem, tem a inscrição, é advogado, mas decide por outra
atividade", afirma. Ele pontua a importância do exame da OAB, prova
necessária para obter a inscrição na Ordem. "Esse mecanismo é responsável
pelo fato de não vivermos um caos na advocacia, já que tem histórico de menos
de 20% de aprovação", acrescenta. Ainda assim, o país produz cerca
de 140 mil novos profissionais a cada ano, muito devido ao grande número de
cursos de direito que surgiram recentemente, nos últimos 10 anos. Somente em
2022, no estado de São Paulo, foram entregues mais de 9 mil carteiras e até 15
de julho, 15 mil novas inscrições.É assim que pensa o vice-presidente da
OAB/São Paulo, Leonardo Sica. "Temos um excesso de curso de direito, um
problema reconhecido e instalado. Há mais advogados e advogadas do que o
mercado comporta", avalia.Sica afirma que o excesso enfraquece a
profissão, que exerce função pública, apesar de a atividade ser privada. A
solução, porém, não é fácil, nem no curto, nem longo prazo. “A solução ideal é
reduzir cursos de direito. Estamos falando de fechar faculdades, porque um
curso universitário vende cursos e esperanças, que não vão se concretizar. São
famílias que investem tempo e dinheiro em expectativas que serão frustradas”,
opina o vice-presidente da OAB/SP.Fechar uma faculdade não é tarefa simples, e
depende do aval do Ministério da Educação, que tem padrões de qualidade e requisitos
estabelecidos para o funcionamento das universidades, o que dificulta a solução
apresentada por Sica. Ele diz que, se não fechar, impedir a abertura de novos
cursos de direito é primordial para o enfrentamento do problema. ( Fonte R 7
Noticias Brasilia)*Estagiário
do R7, sob supervisão de Ana Lúcia Vinhas
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