País vive turbulência política após governo assinar acordo controverso
com a Igreja Ortodoxa Sérvia.
O Parlamento de Montenegro
aprovou neste sábado (20) uma moção de desconfiança, apresentada pelos
socialistas do partido DPS em protesto contra um acordo com a IOS (Igreja
Ortodoxa Sérvia) que, segundo o grupo, dilui a identidade nacional do país. O
resultado abre caminho para a queda do atual governo e o início de uma
nova fase de turbulência política no pequeno país adriático. A medida foi
aprovada com 50 votos a favor e apenas um contra, enquanto os outros 30
parlamentares boicotaram a votação. O debate foi transmitido ao vivo pela
televisão pública montenegrina, a "TVCG"."Precisamos de eleições
e de um governo estável", declarou o parlamentar Danijel Zivkovic, que
apresentou a moção de censura. A votação ocorreu meses depois que outra
moção de desconfiança derrubou o governo de coalizão anterior. Segundo
os partidos que apoiam a moção, o pacto reforça a influência da Sérvia sobre
Montenegro. Os grupos criticaram também o fato de ter sido dada prioridade
ao acordo antes de se avançar nas reformas necessárias para a integração do
país na União
Europeia. A queda do governo impulsionada pelo DPS,
o maior partido do país, abre um período de incerteza política, embora não
signifique, necessariamente, que serão convocadas eleições antecipadas. O DPS,
liderado pelo presidente de Montenegro e homem forte do país há três décadas,
Milo Djukanovic, os dois partidos social-democratas (SDP e SD), além de um
partido da minoria albanesa, pediram no dia 3 um voto de desconfiança contra o
governo. Deputados, que aderiram a moção de desconfiança que foi apresentada,
atribuíram decisão a sua determinação em combater a corrupção e o crime organizado. O
frágil governo minoritário do primeiro-ministro Dritan Abazovic foi formado em
abril por URA, SDP, o pró-sérvio SNP e as formações minoritárias, e vinha sendo
apoiado no Parlamento pelo DPS.Durante o debate, o primeiro-ministro argumentou
contra a moção."Por trás desta iniciativa não está [o desejo de acelerar]
o caminho europeu, mas a necessidade de parar Montenegro para que algumas
estruturas possam recuperar as suas posições financeiras que desapareceram ou
estão em vias de desaparecer", afirmou. Turbulência
política envolvendo a Igreja e a Sérvia Montenegro vive um clima de
turbulência política há semanas depois que o governo assinou um controverso
acordo com a Igreja Ortodoxa Sérvia. O texto abrange uma série de questões,
incluindo uma estrutura regulatória para centenas de propriedades do IOS, como
igrejas e mosteiros.O primeiro-ministro Dritan Abazovic elogiou o acordo,
dizendo esperar que ajude a aliviar as tensões entre grupos opostos dentro do
país, especialmente partidos pró-Sérvia e pró-Ocidente.O presidente Milo
Djukanovic é um oponente ferrenho da IOS e do primeiro-ministro. Djukanovic é
acusado de querer nacionalizar as propriedades da igreja. Ele usou o acordo
para desestabilizar o governo e pressionar por eleições antecipadas.Ligação com a Sérvia As questões religiosas têm
sido um foco constante de conflito em Montenegro, cujos governos caíram no
passado por questões envolvendo a IOS. O pequeno país do Adriático tem sido
atormentado por disputas de identidade. No ano passado, manifestantes que se
autodenominavam "patriotas montenegrinos" tentaram impedir a ascensão
ao poder de um novo líder da IOS em Montenegro.O país se separou da Sérvia em
2006, após o desmembramento da
Iugoslávia nos anos 90, mas
é membro da Otan e candidato à adesão à União Europeia.
Mas um terço de seus 620.000 habitantes se identifica como sérvio e alguns não
acreditam que Montenegro deva ser uma entidade separada. A IOS é
majoritária no país, embora seus oponentes a acusem de servir aos interesses da
vizinha Sérvia.( Fonte R 7 Noticias Internacional)
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