Países que integram o G7 prometeram apoiar Kiev "até a vitória" frente à ofensiva da Rússia; União Europeia anunciou novo pacote de ajuda militar à Ucrânia.
A União Europeia (UE) anunciou, na sexta-feira (13), um
novo pacote de ajuda militar à Ucrânia e o G7 prometeu apoiar Kiev "até a
vitória" frente à invasão russa. A ofensiva lançada por Moscou em 24 de
fevereiro contra a ex-república soviética está provocando novos alinhamentos
regionais, com Suécia e Finlândia dispostas a ingressar na Otan, assim como
temores de desestabilização em regiões separatistas pró-Rússia de outros
países, como Moldávia e Geórgia. Em uma reunião na Alemanha das sete economias
mais industrializadas do mundo, o G7, a UE anunciou 500 milhões de euros em
apoio militar suplementar para a Ucrânia, o que eleva o aporte total do bloco
para 2 bilhões de euros. A receita é "clara", afirmou o alto
representante de política externa da UE, o espanhol Josep Borrell. É preciso
"mais do mesmo": mais sanções econômicas contra a Rússia, mais apoio
a Kiev e "seguir trabalhando para isolar a Rússia". O governo
francês, por sua vez, expressou o apoio unânime à Ucrânia do grupo formado por
Estados Unidos, Canadá, Alemanha, França, Itália, Reino Unido e Japão. "Vamos
seguir apoiando de maneira permanente a luta da Ucrânia por sua soberania, até
a vitória", declarou o ministro das Relações Exteriores da França,
Jean-Yves Le Drian. Além disso, o Reino Unido defendeu o envio de
"mais armas" para a ex-república soviética. Por outro lado, o
ministro das Relações Exteriores da Rússia, Serguei Lavrov, acusou a UE de ter
se transformado em um ator "agressivo e belicoso" no conflito na
Ucrânia, seguindo "o caminho da Otan". Neste sábado, os ministros dos países do G7 se reunirão com seus
homólogos de Ucrânia, Dmytro Kuleba, e Moldávia, Nicu Popescu, outra
ex-república soviética que teme a entrada de tropas de Moscou na região
separatista da Transnístria, que possui fortes laços com a Rússia. Suécia e Finlândia, às portas da Otan A invasão da Ucrânia
pela Rússia também está levando a uma aproximação de Finlândia e Suécia com a
Otan. Apesar das advertências de Moscou, Helsinque apresentará formalmente,
neste domingo, seu pedido de adesão à aliança militar e, ao que tudo indica,
Estocolmo deverá seguir pelo mesmo caminho. A filial do grupo estatal russo
InterRAO, com sede em Helsinque, anunciou nesta sexta que cortará o
fornecimento de eletricidade à Finlândia a partir deste sábado, alegando
problemas de pagamento.No entanto, a operadora da rede elétrica finlandesa
garantiu que pode prescindir das importações de eletricidade da Rússia. Por outro lado, a Turquia, que faz parte da Otan,
ameaçou bloquear o acesso de Finlândia e Suécia à aliança militar
transatlântica pelo fato de ambos os países acolherem em seu território
refugiados de grupos curdos em conflito com Ancara.Julgamento por crimes de guerra A Rússia enfrenta uma enxurrada de
acusações pelo suposto cometimento de crimes de guerra na Ucrânia.As emissoras
de televisão americana CNN e britânica BBC exibiram na quinta-feira imagens de
câmeras de vigilância que, segundo elas, mostravam dois civis ucranianos
desarmados sendo alvejados pelas costas por soldados russos nos arredores de
Kiev no dia 16 de março.O vídeo se soma a relatos de testemunhas sobre
atrocidades cometidas pelas tropas russas no país vizinho. O Ministério
Público da região de Kharkiv (leste) e testemunhas consultadas pela AFP
acusaram as forças russas de disparar com um tanque contra uma casa em 27 de
março, matando várias pessoas. No dia
18 de maio, terá início o primeiro julgamento por crimes de guerra desde o
início da invasão, contra um jovem soldado russo suspeito de matar um homem 62
anos. Presos em AzovstalApós evitarem semanas
atrás as tentativas de avanço russo em direção a Kiev, as forças ucranianas
recuperam terreno, garantiu seu presidente, Volodymyr Zelensky."Na data de
hoje, 1.015 localidades foram desocupadas, seis a mais que nas últimas 24
horas", indicou o mandatário, celebrando "a liberação progressiva da
região de Kharkiv", no noroeste.A situação é mais complexa na cidade
portuária de Mariupol, onde cerca de mil combatentes resistem às tropas russas,
que controlam quase toda a metrópole, nos túneis subterrâneos na siderúrgica
Azovstal."Há quase 600 feridos em Azovtal, os russos seguem bombardeando o
hospital militar", afirmou Sviatoslav Palamar, um dos comandantes no
local, que pediu que os "EUA ajudem a evacuar os feridos".O secretário de Defesa americano, Lloyd Austin, falou
com seu par russo, Sergei Shoigu, mas um alto responsável do Pentágono disse
que a chamada "não resolveu problema nenhum". Retorno de refugiados Com os combates focados no leste, o êxodo
de ucranianos desacelerou.O número de pessoas que fugiram do país superou essa
semana os seis milhões, segundo a ONU, mas ao mesmo tempo 1,56 milhão
retornaram, de acordo com a guarda fronteiriça ucraniana.Em Kiev e outras
cidades agora longes do front, muitos habitantes voltaram e o comércio começou
a recuperar sua atividade."A demanda dos consumidores aumenta, as conexões
estão sendo retomadas", declarou à AFP o ministro das Finanças, Serhiy
MarchenkoAinda assim, há até oito milhões de deslocados internos na Ucrânia.
Também muitos negócios deslocaram suas atividades a oeste, onde a guerra teve
menos impacto. ( Fonte R 7 Noticias Internacional)
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