ONU: Mais de 75% dos deslocados
em Cabo Delgado são mulheres e crianças.
Conheça a história de Rabia Cabral,
que passou 12 fugindo com os filhos após marido ter sido morto por extremistas.
Mais
de 44 mil pessoas deslocadas pela recente violência no norte de Moçambique enfrentam
dificuldades à medida que a situação humanitária se intensifica em toda a
província de Cabo Delgado, no norte do país. A região enfrenta um conflito
entre tropas do governo e grupos extremistas islâmicos desde 2017. Em
nota, a OIM (Organização Internacional para Migrações) cita que são
necessários, com urgência, fundos para responder a situação humanitária, que deslocou quase
700 mil pessoas desde o início da violência em outubro de
2017. . Recentemente, o diretor de operações e Emergências da OIM,
Jeff Labovitz, visitou Moçambique. O representante expressou condolências e
solidariedade às famílias que perderam entes queridos nos recentes ataques em Palma,
a cidade ao norte da capital de Cabo Delgado, Pemba, que foi alvo de um ataque
dos extremistas em 24 de março. Centenas de milhares de pessoas tiveram que
fugir para salvar suas vidas apenas com a roupa do corpo. Uma delas é
Rabia Hilário Cabral. Ela contou a Jeff Labovitz, o que teve que passar para
fugir dos homens armados. “Eu deixei minha casa para fugir da guerra”,
relatou. Rota
de deslocamento “Primeiro fui a Kiwiya, onde fiquei
por três dias com as crianças. Saí de Kiwiya para Kiyonga, de Kiyonga fui a
Bundanhari, fiquei lá cinco dias. De lá fui para Afugi,
onde fiquei por quatro dias com crianças. Já passávamos fome quando mandaram
escolher 50 mulheres com crianças para o alojamento de refugiados”, relatou
Cabral. Durante a visita, Labovitz reuniu-se com parceiros humanitários e
representantes do Governo de Moçambique e visitou locais de reassentamento no
distrito de Metuge e o local de trânsito em Pemba. Rabia Hilário
Cabral falou sobre o assassinato brutal do marido. “Meu marido já morreu. E
mandei alguém para ir a minha casa e saber a situação dele, quando chegaram à
casa, arrombaram a porta, entraram e viram que ele estava morto, foi degolado
pelos malfeitores. Eles informaram-me que já realizaram o funeral do meu
marido.” Volta à escola No meio do
sofrimento, ela tem um sonho: que as crianças possam voltar
à escola. “Nós todos que estamos aqui achamos que ninguém
tem nada. Gostaríamos de procurar um sítio e ter um espaço para cada um
recomeçar a sua vida. Queiramos pelo menos um fundo para aquisição e material
escolar para crianças frequentar a escola.” A Matriz de Monitoria de
Deslocamentos da OIM continua a registar, diariamente, um aumento do
número de pessoas deslocadas de Palma chegando a áreas mais seguras. Em vários
dias no último mês registou-se mais de mil chegadas por dia. Dos
deslocados, 75% são mulheres e crianças – incluindo grávidas e crianças
desacompanhadas. Mais de mil do total têm sido idosos. Em 2021,
a OIM requer US$ 58 milhões para apoiar os esforços de emergência e
pós crise em Moçambique ao abrigo do Plano de Resposta à Crise
da OIM Moçambique. O apoio inclui US$ 21,7 milhões para responder às
necessidades humanitárias imediatas e de salvamento no norte de Moçambique
através do Plano de Resposta Humanitária deste ano. ( Fonte A Referencia
Noticias Internacional)
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