Álcool aparece mais vezes, seguido por cocaína e maconha. Dados reforçam
estas substâncias como grandes fatores de risco.
Um em cada três motoristas
acidentados usou substância ilícita ou ingeriu bebida alcóolica, segundo uma
pesquisa realizada pela USP (Universidade de São Paulo). O estudo avaliou 376
pacientes do Hospital das Clínicas com lesões traumáticas decorrentes de três
diferentes causas, sendo 209 por acidentes de trânsito. Destes, 64 (ou 32%)
ingeriram alguma substância — entre ilícitas e bebida alcóolica — ao volante: - 44 (21%) ingeriram bebida alcóolica;
- 23 (11%) usaram cocaína;
- 12 (6%) usaram maconha.
Para Henrique Bombana, um dos responsáveis pelo estudo, os dados reforçam como
o álcool e outras drogas são grandes fatores de risco para ocorrências no
trânsito. “Essas substâncias, além de causarem prejuízos cognitivos e motores,
levam o usuário a cometer atos de alto risco que podem desencadear acidentes”,
diz Bombana. Para o pesquisador, a falta de políticas públicas mais eficientes
influi na porcentagem alta de acidentes causados por motoristas embriagados ou
sob efeito de drogas. Tanto as campanhas quanto as fiscalizações, prossegue
ele, deveriam aumentar. A ausência de uma oferta mais abrangente e eficiente de
transporte público também contribui para o alto número de casos. “Em
outras cidades, o problema pode ser ainda maior do que em São Paulo”, destaca. Por
fim, Bombana afirma ser necessário um banco de dados nacional para colaborar
com a pesquisa, as investigações e, portanto, o enfrentamento deste problema. Segundo
ele, o fato de o uso da cocaína ser mais identificado que o da maconha
surpreendeu os pesquisadores, uma vez que a maconha é uma substância mais
detectada entre pacientes em serviços de emergência. “Entretanto, outros
estudos do nosso grupo, com outras populações (motoristas de caminhão e vítimas
de mortes violentas) já apontavam para isto. De fato, o uso de maconha por
motoristas ainda é um assunto bastante polêmico na comunidade científica”,
completa. Motociclistas são as principais vítimas Outro
dado que se destacou foi o alto número de motociclistas entre os acidentados:
ao todo, foram 94 (25%) das 209 vítimas. Pedestres (15%), passageiros (7%),
motoristas de carro e caminhão (5%) e ciclistas (3%) completam a lista. Henrique
Bombana explica que, em geral, até 2018, pedestres eram as principais vítimas
de acidentes de trânsito. Mas, desde então, os motociclistas passaram a ocupar
o primeiro lugar da lista. A hipótese considerada pelo pesquisador é de que o
aumento vertiginoso da oferta de trabalho em transportes de aplicativo tenha
influenciado nesta alta: “Pode estar muito relacionado com aplicativos de
entrega. Mas, este fato precisa ainda ser estudado”.( Fonte R 7 Noticias
Brasil)
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